quinta-feira, 1 de agosto de 2019

METABOLISMO DAS PROTEINAS

METABOLISMO DOS AMINOACIDOS


Destino dos grupos amina
Destino da amonia
Patologia da amonia
Eliminação do carboxilo
Grupos metabolicamente activos
Glicina
Patologia da glicina
Serina
Treonina
Aminoacidos ramificados
Patologia dos aminoacidos ramificados
Lisina
Patologia da lisina
Ãrginina e ornitina
Acido glutamico
Histidina
Patologia da histidina
Prolina e hidroxiprolina
Patologia da prolina e hidroxiprolina
Aminoacidos com enxofre
Patologia dos aminoacidos com enxofre
Fenilalanina e tirosina
Patologia da fenilalanina e tirosina~
Triptofana
Patologia da triptofana
Digestao das proteinas
Metabolismo da hemoglobina
Patologia dos eritrocitos
Sintese dos nucleotidos puricos
Sintese dos nucleotidos pirimidicos
Metabolismo das bases puricas
Patologia das purinas
Formação de desoxiribonucleotidos
Formação de outros nucleotidos
Catabolismo dos acidos nucleicos e nucleotidos

Revisões de conjunto

Capitulo 1

DESTINO DOS GRUPOS AMINA

Revisões de conjunto
Nomenclatura

Os aminoácidos são ingeridos na sua quase totalidade como proteínas, necessitando estas de ser hidrolisadas pelos enzimas digestivos.
1 a 2% das proteínas são recicladas diariamente, dando origem aos seus aminoácidos constituintes. 75 a 80% destes aminoácidos são reutilizados para a síntese de novas proteínas, sendo os 20 a 25% restantes catabolisados.
Os aminoácidos fornecidos em excesso na alimentação não são aproveitados, sendo catabolisados.
Tendo os aminoácidos uma parte comum (amina e carboxilo) e uma parte diferente (grupo R) serão considerados separadamente o metabolismo de cada uma destas partes (metabolismo geral e metabolismo especial)

Desaminação oxidativa

Natureza da reacção
A não ser no caso dos aminoácidos - álcoois ( serina, treonina) esta desaminação é oxidativa pois a remoção do grupo amina está associada à perda de dois hidrogénios. A reacção faz-se em duas fases
  • Desidrogenação com formação de uma imina
  •  Os hidrogénios são captados por uma flavoproteína.
  • Remoção do grupo amina com formação do acido α-cetónico correspondent
D – aminoácido – oxidases
Encontram-se espalhadas por todo o organismo, embora o seu papel ainda hoje não seja conhecido pois actuam sobre aminoácidos não existentes no organismo, os da série D.
 O  seu coenzima é a FAD.


L – aminoácido – oxidases
Embora actuem sobre aminoácidos naturais,  a sua concentração nos tecidos é muito reduzida.
 O seu coenzima é a FMN.
Glicocola–oxidase  
É um enzima pouco importante.
Só actua sobre a glicocola, transformando-a em ácido glioxílico
Glutamico-deidrogenase 
É um enzima muito espalhado, de importância metabólica fundamental.
Desamina o ácido glutâmico em ácido α-cetoglutárico


Utiliza tanto a NAD como a NADP
A reacção é reversivel
Está sujeito a uma regulação alostérica.
 O ADP e GDP são efectores positivos e o ATP e GTP efectores negativos, o que significa que o enzima é activado quanto o aporte energético é insuficiente e inibido no caso contrário.

Desaminação não oxidativa

Nos aminoácidos-alcool ( serina, treonina) formam-se ácidos cetonicos por desaminação não acompanhada de oxidação porque estes já têm um OH na sua estrutura

Desamidação

A glutamina e a asparagina têm radicais amida.
A glutaminase e asparaginase catalisam a hidrolise que liberta este radical


http://ead.univ-angers.fr/~jaspard/Page2/COURS/2N2NH3aaetUree/1N2NH3AAetUree.htm

Transaminação

Conceito
É uma reacção de transferência de um grupo amina de um aminoacido para um ácido α-cetónico aceitador para originar um outro aminoácido e um outro ácido α-cetónico


É a reacção mais importante do metabolismo dos aminoácidos.
Pode realizar-se em todos os aminoácidos, excepto a prolina, lisina e treonina.
Tem como coenzima o fosfato de piridoxal
Nomenclatura
Os enzimas catalisando esta reacção são geralmente conhecidos como transaminases embora pela nomenclatura da União Internacional de Bioquímica se devam designar como aminotransferases.
Para designar a aminotransferase, usa-se  o nome dos aminoácidos implicados na reacção Assim o enzima catalisando a reacção

Ácido glutamico + ácido pirúvico → ácido α-cetoglutárico + alanina

 designar-se-ia como  glutamico-alanina aminotransferase, mas é mais comum usar a designação trivial de transaminases.
Neste case utilizam-se o nome dos compostos do lado esquerdo da equação
No  exemplo anterior o enzima designar-se-ia transaminase glutamico-pirúvica.

ANIMAÇÕES

Transdesaminação

O contraste entre a fraca actividade das L-aminoacido desaminases (exceptuando a glutamico-deidrogenase) e a grande actividade das desaminases são a favor da ideia que estes enzimas possam actuar associados
De facto a maior parte dos aminoácidos é degradada por desaminação oxidativa indirecta graças à associação transaminases-glutamico-deidrogenase  - é a transdesaminação




ANIMAÇÕES

Capitulo 2
DESTINO DA AMONIA

No decorrer do metabolismo dos aminoácidos forma-se o grupo amina que em contacto com a agua se transforma em amónia
A amónia é tóxica porque desloca para a esquerda a reacção catalisada pela glutamicodeidrogenase, acarretando uma menor produção de acido alfa-cetoglutarico com a consequente menor alimentação do ciclo de Krebs

Vias de eliminação da amónia
  • Áminação de cetoacidos
  • Formação de glutamina
  • Formação de  ureia, a via mais importante
Aminação de cetoácidos 
Passa-se essencialmente com os ácidos alfa- cetoglutarico e oxaloacetico



Formação de glutamina
A glutamina comporta-se como uma reserva de amónia
A reacção é catalisada pela glutamina sintetase




Síntese da ureia

Bibliografia



Formação do carbamilfosfato
O bicarbonato combina-se com a amónia e o ATP para formar carbonil-fosfato
A reacção é catalisada pela carbamil-fosfato sintetase (CPS) I, mitocondrial
Existe uma CPS II, citoplasmica que entra na síntese das pirimidinas
Formação de citrulina
O carbamilfosfato combina-se com a ornitina parta dar citrulina pela acção da ornitina-carbamiltransferase
A energia é fornecida pela ligação fosfato de forte potencial do carbamilfosfato
Formação de arginino-succinato
Forma-se por condensação da citrulina com o aspartato pela acção da argininosuccinato sintetase
A citrulina atravessa a membrana mitocondrial pela acção da citrulina-ornitina translocase
Formação de arginina
A arginino-sucinato liase cinde o arginino-succinato em arginina e fumarato
O fumarato através do ciclo de Krebs forma o  oxaloacetato que por transaminação regenera o aspartato
Formação de ureia
A argina cinde-se em ornitina, que entrará num novo ciclo, e em ureia, pela acção da arginase

Locais da síntese
A sintese faz-se parcialmente no citoplasma e parcialmente nas mitocôndrias 

Capitulo  3
PATOLOGIA DA AMONIA

Formação patologica da amónia

Causas
Para lá da amónia formada nos tecidos, uma grande quantidade é formada no intestino  pelas bactérias intestinais.
Esta amónia é absorvida pelo intestino e vai para o fígado que a remove da circulação pelos mecanismos já estudados, nomeadamente pela formação de ureia
Quando a função hepática está gravemente alterada ou há um shunt entre a veia porta e a circulação sistémica a amónia entra na circulação e produz sinais graves  de intoxicação.

Toxicidade da amónia
A amónia  é tóxica pelas seguintes razões..
  • Aminação do acido a- cetoglutarico em glutamico com a consequente redução  do ciclo de Krebs
  • Inibição da isocitrico deidroghenase com acumulação de acido cítrico que irá inibir a fosfofrutocinase e portanto a glicolise
  • Aumento da degradação dos coenzimas piridinicos
São assim afectados o ciclo de Krebs, glicolise e cadeia respiratória

Tratamento
  • Diminuição da ingestão de prótidos
  • Diminuição da actividade bacteriana pela administração de antibióticos
  • Estimulação da ureogenese pela administração de argininna ou carbamilglutamato
  • Estes tratamentos são apenas sintomáticos não actuando sobre a causa da doença hepática
Erros da ureogenese

Tipos
Os erros da ureogenese  são:
  • Hiperamoniemia tipo I
  • Hiperamoniemia tipo  nII
  • Citrulinemia
  • Aciduria arginino-sucinica
  • Hiperargininemia
A intoxicação pela amónia é mais intensa quando o bloqueio surge antes da formação de citrulina (hiperamoniemias I e II ) pois nas outras formas os compostos formados podem formar ligações covalentes com a ureia

Sintomas
Vómitos, astenia, letargia, atraso mental

Tratamento
  • Alimentação pobre em proteínas
  • Alimentação fraccionada para evitar grandes subidas de amónia

Capitulo 4
ELIMINAÇÃO DO CARBOXILO


É feita por descarboxilação dos aminoácidos, originando aminas por descarboxilases especificas, que necessitam de fosfato de piridoxal



As aminas formadas são destruídas por diaminooxidases


Capitulo 5
GRUPOS METABOLICAMENTE ACTIVOS

Transmetilações

Os grupos metilo não são sintetizados no organismo.
São transferidos de moléculas que os contêm (dadores de metilo) para outras que os aceitam (aceitadores de metilo) por um processo de transmetilação



Metionina
Precisa de ser activada na sua forma activa, a S-adenosilmetionina pelo enzima activador da metionina



A sua desmetilação origina a S- adenosilhomocisteina


Colina e betaina

Agem como dadores  indirectos na medida em que os metilos libertados vão metilar a homocisteína


Cria-se assim um ciclo do metilo 
O transporte dos metilos necessita de acido tetrahidrofolico FH4

Transferências de corpos em C1

No decorrer do metabolismo dos aminoácidos formam-se corpos em C1
  •  Metilo – CH3
  • Metileno – CH2
  • Metenilo  - CH
  • Formilo  O=CH
  • Formimino  -CH-NH
  • Estes corpos em C1 necessitam de FH4
Tambem se forma CO2, que necessita de fosfato de piridoxal

Formação de FH4
Forma-se a partir do  acido folico pela acção da hidrofolato redutase, na presença de \acido ascórbico.
Os hidrogénios são fornecidos pelo NADPH
O metotrexato é um inibidor competitivo da hidrofolico redutase, sendo por essa razão usado como antitumoral
Os radicais são interconvertiveis

Transporte
Os radicais a ser transportados combinam-se com o N5 ou N10 do FH4

Transamidinação

É a transferência do grupo amidina, catalisada pela transamidinase

Ciclo do glutamilo

Trata-se da transferência do grupo glutamilo do glutatião ou glutamina para aminoácidos ou péptidos pela glutamiltransferase
Os gama-glutamil- péptidos estão envolvidos no transporte de aminoácidos pelo rim
Neste sistema a gamaglutamiltransferase (gGT) associa-se á gGTciclotransterase(gGC)

Regeneração do glutatião
No rim, a cisteina, glicina e acido glutamico regeneram o glutatião



Capitulo 6
GLICINA





Interacções com a serina
A glicina não é um aminoácido essencial pois pode ser formada a partir da serina
Por outro lado a sua maior via de degradação é a conversão em serina

Sistema de clivagem da glicina
Para a glicina se converter em serina  é necessário CHOH que é fornecido pela clivagem de outra molécula de glicina através do sistema de clivagem da glicina

Desaminação
A  glicina oxidase desamina a glicina em acido glioxilico
Embora a glicina se possa converter em acido glioxilico, a via normal de degradação do acido glioxilico é  a conversão em glicina
Quando falta o enzima este transforma-se em acido oxalico, surgindo a hiperoxaluiria primaria, doença grave que causa cálculos renais e pode levar à morte por insuficiência renal

Síntese do glutatião





Síntese do acido hipúrico
Resulta da combinação da glicina com o acido benzóico

Neoglicogenese
Entra na neoglicogenese pela sua conversão em acido piruvico

Síntese da creatina





Capitulo 7
PATOLOGIA DA GLICINA

Hiperglicinemia


Hiperglicinemia cetosica
Surge na deficiência em propionil-CoA carboxilase que causa a acidemia propionica.
Não se sabe porque surge a hiperglicinemia
Como se acompanha de cetose designa-se por hiperglicinemia cetosica

Hiperglicinemia não cetosica
Falta o enzima de clivagem da glicina
A forma mais frequente é a neonatal
Surge entre as 6 horas e 8 dias após o nascimento
Há falta de sucção, hipotonia profunda,convulsões
Pode conduzir ao coma e à morte
Nenhum tratamento é conhecido
Nos doentes com formas mais moderadas, os medicamentos que se opõem à acção da glicina sobre as células neuronais ( estricnina, diazepam, dextromorfano) podem ter algum efeito

Hiperoxaluria
Causa
Falta a alanina-glioxilato aminotransferase
O enzima encontra-se apenas nos microssomas do fígado
O acido glioxilico não é metabolisado e transfere-se para o citossol onde é transformado em acido oxálico 
Sintomas
O oxalato de cálcio é relativamente insolúvel depositando-de no rim
Surgem cálculos renais, nefrocalcinose e insuficiência renal
A insuficiência renal agrava-se progressivamente, levando à morte geralmente antes dos 20 anos
Tratamento
Não há tratamento eficaz
Os transplantes renais não actuam mas descreveram-se bons resultados com transplantes de fígado e rim

Bibliografia

Capitulo 8
SERINA

Síntese
Origina-se a partir do acido fosfoglicerico, formado na glicolise 



Desaminação
Converte-se em piruvato pela serina deidrase

Descarboxilação
Descarboxila-se em etanolamina, que, por metilações sucessivas originará a trimetiletanolamina ou colina

Outras actividades metabólicas
  • Neoglicogenese por conversão em acido piruvico
  • Síntese da esfingosina
  • sintese da cisteina
  • conversão em glicina
  • síntese das pirimidinas
Capitulo 9
TREONINA
É um aminoácido essencial
Cisão em glicina e acetaldeido   pela acção da treonina aldolase. O acetaldeido converte-se em acetilCoA

Desaminação em acido alfa-cetobutirico  que se descarboxila em acido propionico, originando este o sucinil- CoA


Capitulo 10
AMINOÁCIDOS RAMIFICADOS
(leucina, isoleucina, valina)

São aminoácidos essenciais.
O catabolismo destes três aminoácidos segue os mesmos passos, evidentemente com a formação de intermediários diferentes

Etapes do catabolismo
Transaminação
Formam-se os ácidos cetónicos correspondentes.
Como a reacção é reversível, estes cetoácidos podem substituir, na alimentação, os aminoácidos correspondentes
Descarboxilação oxidativa dos acidos cetónicos.
Esta reacção é catalisada por um complexo multienzimático mitocondrial que actua sobre os três ácidos cetónicos, a desidrogenase dos ácidos cetónicos de cadeia ramificada (BCKDH) Aleucina origina o isovaleril-CoA, a isoleucina o metilbutirilCoA e a valina o isobutirilCoA.
 A estrutura e sistema de regulação deste enzima é semelhante à piruvico-deidrogenase.
O enzima é inactivado quando fosforilado por uma cinase e reactivado por uma fosfatase cálcio-independente.
Pelo seu lado a cinase é inibida pelo ADP, ácidos cetónicos de cadeia ramificada, alguns hipolipemiantes e tioesteres do CoA.
Catabolismo dos ácidos cetonicos
Após várias transformações, o isovaleril CoA origina o acetil-CoA e o acido acetoacetico
O metilbutiril CoA origina o acido propionico que se poderá transformar em sucinil-CoA
O isobutiril-CoA origina o sucinil-CoA
Acção  metabólica
Como consequência deste catabolismo, a leucina é cetogenica e os outros dois aminoácidos, glicogenicos


CAPITULO 11
PATOLOGIA DOS AMINOACIDOS RAMIFICADOS

Doença do xarope de acer

Bibliografia

Forma clássica
Falta o complexo enzimático que descarboxila os ácidos cetonicos, a BKCDH.
Os ácidos cetonicos ramificados são eliminados pela urina  dando-lhe um cheiro característico, comparado ao do xarope de acer.
A doença é fatal se não forem removidos rapidamente os ácidos ramificados.
Como a sua depuração renal é reduzida deve-se recorrer à diálise peritoneal ou à hemodiálise
Após a recuperação deve-se instituir uma dieta pobre nestes aminoácidos.
Como estes aminoácidos são essenciais devem-se adicionar pequenas quantidades à dieta
Quando o aporte de leucina não atinge o mínimo necessário pode surgir acrodermatite enteropatica

Forma intermitente
As crianças aparentemente normais após um stress como febre ou cirurgia desenvolvem a forma clássica, podendo mesmo ocorrer a morte
O tratamento da fase aguda é idêntico
Após a recuperação, embora seja tolerada uma dieta normal, é recomendável uma dieta pobre nestes aminoácidos

Forma moderada
As manifestações são insidiosas e ligadas ao sistema nervoso central
O tratamento é o mesmo


Acidemia isovalerica

Deficiência da isovalerilCoA deidrogenase
Nas formas agudas observa-se vómitos, acidose severa, convulsões e coma
Também existe uma forma intermitente
O tratamento da fase aguda incide no tratamento da hidratação, fornecimento de calorias adequadas de forma oral ou intravenosa, correcção da acidose metabólica  pela administração de bicarbonato
Também se deve remover o acido isovalerico em excesso
Uma solução é a administração de glicina(250mg/kg/dia) formando-se a isovalerilglicina que tem uma depuração urinaria elevada
A carnitina(100mg/kg/dia) também está indicada, por  formar  isovalerilcarnitina que  é excretada pela urina
Depois da  recuperação está indicada uma dieta pobre em roteínas e suplementosde glicina e carnitina

Bibliografia

Deficiência em metilcrotonil-CoA-carboxilase

As manifestações clínicas são variadas podendo ser fatais com acidose, convulsões e hipotonia grave
Os episódios agudos tratam-se com hidratação, infusão intravenosa de glicose e alcalinos.
O tratamento a longo prazo implica uma dieta pobre em leucina e administração oral de carnitina

Hipervalinemia

Falta a  transaminase da valina


 
CAPIT ULO XIA

Acidemia propiónica

Causas
Defeito da propionato carboxilase cujo coenzima é a biotina
Acumulam-se produtos tóxicos nos gânglios basais

Sintomas
Infarto bilateral dos gânglios basais
Convulsões, vómitos, letargia, desidratação, cetoacidose

Tratamento
Alimentação pobre em proteínas
Carnitina, para melhorar o metabolismo dos ácidos de longa cadeia
Biotina, coenzima da carboxilase.
Esterilização da flora intestinal, produtora de acido propionico


Capitulo 12
LISINA

É um aminoácido essencial.
Entra na composição do colagénio após ser convertida em hidroxilisina.

Formação de ácido glutárico 
A lisina transforma-se em ácido glutárico tendo como intermediários os ácidos α-aminocetoadípico e α –cetoadípico
O ácido glutarico na forma de glutaril-CoA cindir-se-á  em malonil-CoA




Formação de sacaropina
É a via catabolica mais importante
Forma-se por condensação da lisina com o ácido α-cetoglutárico  pela acção  lisina- a-cetoglurarico-reductase.
 A  sacaropina transforma-se no semialdeido aminoadipico que após vãrias transformações   originará duas moleculas de acetil-CoA.

Formação de ácido pipecólico
A lisina  através de uma série de intermediários cicliza-se em acido pipecolico
O ciclo cinde-se para formar o semialdeido a-aminocetoadipico
Este  cinde-se em duas moléculas de acetil-CoA


Capitulo 13
PATOLOGIA DA LISINA


Sacaropinuria
Não se efectua a degradação da sacaropina por falta da lisina-alfacetoglutarato deidrogenase e da sacaropina deidrogenase

Lisinemias
Bibliografia
Falta a lisina-cetoglutarato redutase que catalisa a condensação da lisina com o acido alfacetoglutarico na via da sacaropina

CAPITULO 14
ARGININA E ORNITINA


Bibliografia






A ornitina por descarboxilação origina a putrescina e a arginina a agmatina.
Na ureogenese a arginina cinde-se em ornitina e ureia.
Combina-se com a glicina para formar a creatinina

CAPITULO 15
PATOLOGIA DA ORNITINA

Ornitinemia

Deficiência em ornitina-aminotransferase
Causa uma entidade clínica bem definida caracterizada por uma atrofia da coroideia e da retina
Há uma perda progressiva de visão que leva à cegueira  na quarta  década da vida
A progressão da doença pode ser travada por restrição em ornitina e administração de vitamina B6


Capitulo 16
ÁCIDO GLUTAMICO


Bibliografia

Tem uma situação fulcral nas reacções de transaminação, funcionando com qualquer aminoácido e também em associação com a glutamico deidrogenase nas reacções de transdesaminação

R1-amino acid + R2-α-ketoacid R1-α-ketoacid + R2-amino acid

Alanine + α-ketoglutarate pyruvate + glutamateAspartate + α-ketoglutarate oxaloacetate + glutamate


A sua amida, a glutamina, é transportadora de amónia e dadora de NH3
É constituinte do glutatião e dos ácidos fólicos
Participa em certos processos de destoxificação como a combinação com o ácido fenilacético para originar fenilacetilglutamina, sua via de eliminação

Biosintese

Glu + NH3
Glu + Acetate
(unknown)
Glu + NADP+ + H2O
Glu + α-keto acid
Glu + NADH
Glu + 5-formimino-FH4
NAAG
Glu + NAA













Biosintese da prolina





Metabolismo no S.N.C.
No sistema nervoso central o ácido glutamico é descarboxilado pela c-glutamato descarboxilase, em ácido c-aminobutírico (GABA) na presença de fosfato de piridoxal
. O GABA é um neurotransmissor.
O GABA também se pode formar pela desaminação da putrescina pela  diamino-oxidase


GABA e ciclo de Krebs

O GABA pode transaminar-se em semialdeido succinico  pela acção da GABA transaminase.,indo transaminar o acido alfacetoglutarico para formar acido glutamico

O semialdeido succinico pode oxidar-se em ácido succinico ou pela acção da lactico-deidrogenase e dar de novo o GABA
O semialdeido succinico ao converter-se em ácido succcinico, completa um desvio do ciclo de Krebs pelo qual o ácido α-cetoglutárico em vez de originar directamente o ácido succinico, fá-lo através do ácido glutâmico, GABA e semialdeido sucínico





Formação do acido alfa-glutaramico

  • A glutamina pode transaminar-se em acido alfacetoglutaramico
  • Este acido aparece aumentado mais de 10 vezes nos doentes com coma hepático
  • A sua perfusão no ventrículo lateral de ratos diminui a actividade locomotora e causa mioclono

Capitulo 17
HISTIDINA


A histidina é um aminoácido essencial, precursor das bases púricas.

Bibliografia

Descarboxilação
A histidina descarboxila-se em histamina pela acção da histidina descarboxilase



 A histamina  é libertada nos fenómenos alérgicos e estimula fortemente a secreção gastrica

Desaminação
Desamina-se em acido imidazol-piruvico
Este pode-se descarboxilar em imidazol-acetico
     O acido imidazol-acetico tambem se pode produzir pela descarboxilação da histamina

Formação de acido glutamico
É a via mais importante
A histidase desamina não oxidativamente a histidina em acido urocanico
A urocanase hidrata o acido urocanico em imidazol-propionico
A imidazol hidrolase cinde o ciclo imidazol, formando-se o acido formiminoglutamico (FIGLU)
Este cede o formimino ao FH4 formando-se acido glutamico e formimuino-FH4, este ultimo necessário para a síntese das purinas






Capitulo  18
PATOLOGIA DA HISTIDINA

Histidinemia
É devida à falta da histidinase
Metade dos casos descritos tem atraso mental e dificuldades na fala
Na carência de ácido fólico não se forma formimino-FH4, acumulando-se o FIGLU cujo aumento é considerado como um sinal desta carência.

Doença de Canavan
Na doença de Canavan falta a aspartil acilase, sendo acompanhada da degenerescência da substancia branca do cerebro
1 em 5000 judeus askhenazi têm esta doença e 1 em 38 são portadores

Bibliografia

Deficiencia em urocanase

  • Manifesta-se por dificuldades de aprendizagem e concentração
  • Atraso mental
  • Atraso de crescimento
  • Olhos azuis
Bibliografia

Carnosinemia
Deve-se à deficiência em aminoacilhistidina dipeptidase
Caracteriza-se por:
  • Hipotonia
  • Atraso mental
  • Neuropatia semsorial
  • Tremores
  • Desmielinização
  • Anomalias da matéria cincenta
  • Convulsões mioclonicas
Bibliografia

Capitulo 18

PROLINA E HIDROXIPROLINA

A hidroxiprolina é um constituinte importante do colagénio.
Não são aminoácidos essenciais
Têm um papel importante na estrutura do colagenio


Síntese

Prolina

A prolina sintetiza-se a partir do semialdeido glutamico que pode ser originado pelo ácido glutamico por redução ou pela ornitina por transaminação
O semialdeido em seguida cicliza-se em ácido pirrolidona-carboxilico que depois se reduz em prolina





Hidroxiprolina

Sintese
A hidroxiprolina forma-se por hidroxilação da prolina, já depois deste aminoácido estar incorporado na cadeia proteica.


Catabolismo

Prolina

Segue a via inversa à sua síntese

Hidroxiprolina

A maior parte e catabolisada não na forma livre mas sob a forma de um péptido com hidroxiprolina
Parte da hidroxiprolina é catabolisada por uma via igual à da prolina



Capitulo 20
PATOLOGIA DA PROLINA  E HIDROXIPROLINA


Bibliografia

Hiperprolinemia tipo  I
Falta a prolina oxidase

Hiperprolinemia tipo II
Falta a pirrolidona carboxilico deidrogenase

Hidroxiprolinemia
Falta a hidroxiprolina oxidase


Degradação do colagénio
A hidroxiprolina aumenta nas doenças em que há degradação do colagénio

Bibliografia


Capitulo 21

AMINOÁCIDOS COM ENXOFRE


Bibliografia

Dos vários aminoácidos com enxofre só a metionina é essencial
A metionina pode-se converter nos outros aminoácidos com enxofre
A maior parte dos enzimas contem grupos sulfidrilo da cisteina, que conferem uma função protectora

Interconversões
Embora a metionina seja essencial, pode formar-se parcialmente por metilação da homocisteina.
 A homocisteina e a metionina reagem através das suas formas activas, a S-adenosilhomocisteina e a S-adenosilmetionina, respectivamente


A betaina e a colina são fontes importantes de metilos

Formação da cisteína
A cisteina forma-se por conjugação da homocisteina com a serina.
 Forma-se inicialmente cistationina que posteriormente se cinde por hidrólise em cisteina e homoserina




A homoserina desamina-se nem ácido α-cetobutirico que em seguida originará propionil-CoA

Transaminação

A cisteina-glutamato-aminotransferase transamina a cisteina em ácido sulfinilpiruvico.
 Este transforma-se em piruvato e SH2 pela acção da tiol-pirúvico-transsulfurilase na presença de glutatião reduzido


L-cysteine + 2-oxoglutarate = mercaptopyruvate + L-glutamate.
http://www.ebi.ac.uk/thornton-srv/databases/enzymes/templates/gif/1x1.gif

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Metabolismo do SH2
O SH2 é oxidado em SO2 e este em SO4
O SO4 será excretado ou se transformará na sua forma activa o fosfoadenosina-fosfosulfito ou PAPS.
 A formação de PAPS necessita de ATP 

Oxidação

O SH da cisteina pode-se oxidar em SO3H2 originando o ácido cisteico
O acido cisteico descarboxilar-se-á em taurina

A cisteina pode oxidar-se em cistina formando-se uma  ponte S-S
Se esta oxidação se fizer numa cisteina situada no centro activo de um enzima, este ficará inactivo

Descarboxilação

A descarboxilação da cisteina origina a mercaptoetanolamina

Funções do SH na estabilidade dos enzimas
Muitas enzimas necessitam de um grupo SH livre para exercerem a sua actividade.
 A oxidação do SH inactiva o enzima
Os metais pesados( mercúrio, arsénio) combinam-se  com o SH inactivando os enzimas que o contêm.
O glutatião reactiva o SH por redução do S-S.
 Nas reacções em que intervém o coenzima A, a combinação deste com o substracto faz-se no grupo SH que é parte integrante da estrutura do CoA.

Funções de conjugação
A cisteina pode-se combinar com halogénios para formar ácidos mercapturicos
A taurina combina-se com os ácidos biliares para formar p.ex. o ácido taurocólico.

Capitulo 22
PATOLOGIA DOS AMINOACIDOS COM ENXOFRE
Bibliografia


Homocistinemia

Bibliografia


Deficiência em homocisteina tionase



Acumula-se homocisteina e por remetilação desta metionina
A homocisteina pode reagir com os grupos lisil do colagenio
Sintomas
Observa-se deslocamento do cristalino após os 3 anos e osteoporose na criança
Nalguns casos o atraso mental é o primeiro sintoma
Tratamento
Tentou-se como terapêutica a restrição de  metionina e a alimentação com betaina ou colina
Nalguns casos obtiveram-se bom resultados com vitamina B6
Actualmente há dados consistentes sobre a causa ser uma deficiência em folato, sugerindo a administração de folato como via de tratamento

Defeitos na formação de metilcobalamina




Cinco defeitos enzimáticos diferentes podem interferir na formação de metilcobalamina
Os doentes têm vómitos, letargia, hipotonia e atrasos no desenvolvimento
O laboratório revela uma anemia megaloblastica
Tratam-se com a administração de vitamina B12

Bibliografia

Deficiência em metileno- tetrahidrofolato redutase
Na deficiência total há apneia neonatal e convulsões que podem levar rapidamente à morte
Na deficiência parcial observa-se um quadro crónico com atraso mental, convulsões,microcefalia e espasticidade
Trata-se com a administração precoce de betaina
Bibliografia

Homocistinemia e ateroesclerose
A homocistenemia é um factor de risco da ateroesclerose
A homocisteina em excesso forma a sua tiolactona que reage com os aminoacidos livres das LDL provocando a sua agregação e endocitose pelos macrofagos
Provoca ainda oxidação dos lipidos e agregação das plaquetas

Hipermetioninemia

Bibliografia

Secundaria
Observa-se em doenças hepáticas na tirosinemia tipo I e na homocistinuria clássica
Pode observar-se na imaturidade transitória da metionina adenosiltransferase em recemnascidos alimentados com dietas ricas em proteínas

Primaria
Deficiencia da adenosina metiltransferase hepática
Pode haver desmielinização

Cistinuria

Doença autosomica recessiva da reabsorção tubular  dos aminoacidos dibasicos cistina, ornitina, lisina e arginina
Foi descrito uma alteração semelhante na mucosa intestinal mas não tem consequência porque estes aminoácidos são sintetizados no organismo
A cistina é relativamente insolúvel, podendo nos homozigotos,  precipitar e formar cálculos renais

Bibliografia



Cistinose

É uma doença muito rara mas de grande gravidade
Há deposito de cistina em  muitos órgãos e tecidos
A lesão tubular renal produzida pela cistina pode causar a doença de Fanconi
A morte é precoce

Bibliografia


CAPITULO 23

FENILALANINA E TIROSINA

Bibliografia

Transformação da fenilalanina em tirosina
É a via normal do metabolismo da fenilalanina.
Esta transformação faz-se pela acção da fenilalanina-hidrolase.
A fenillalanina hidrolase tem como coenzima a biopterina, que é uma biopteridina



As biopterinas têm grande semelhança estrutural com as flavinas e podem participar nas oxidações biológicas.
A forma activa da biopterina é a 5,6,7,8 tetrahidropterina que se forma a partir da 7,8-dihidropterina. Esta transformação é catalizada pela dihidropterina redutase, NADH  dependente
Este conjunto de reacções é conhecido como NIH shift por ter sido caracterizado por cientistas do NIH

Catabolismo da tirosina
Transformação  em  ácido  p-hidroxifenilpiruvico pela acção da tirosina transaminase.
Formação de ácido homogentísico pela acção da p-hidroxifenilpiruvato dioxigenase, sendo o oxigénio fornecido pelo oxigénio molecular.
O enzima tem um Fe++ que forma um complexo com o oxigénio molecular.
A homogentisico-1,2-dioxigenase catalisa a formação do ácido maleilacetico.
A maleilacetoacetato-isomerase catalisa a isomerização em ácido fumarilacetico
 Em seguida a fumarilacetoacetase origina acetoacetato e fumarato



http://en.wikipedia.org/wiki/Tyrosine
Síntese de outras substancias
A tirosina é necessária para a síntese das hormonas tiroideias, da alanina e nor-adrenalina e das melaninas





Capitulo 24
PATOLOGIA DA FENILALANINA E TIROSINA

Alcaptonuria

Bibliografia

Na alcaptonuria falta a homogentisico-oxidase, acumulando-se ácido homogentísico.
O acido homogentisico acumula-se nos tecidos e no sangue e depois passa para a urina, dando-lhe uma cor escura


A oxidação e polimerização deste acido produz um  pigmento, a alcaptona
A alcaptona deposita-se nas cartilagens dando-lhes uma cor ocre, donde o nome ocronose
A esclerótica tem uma cor azulada



Pode acompanhar-se de artrite



Não há tratamento efectivo

Tirosinemia

Bibliografia

Tirosinemia tipo I
Bibliografia

Descrição
 É a deficiência em fumaril-acetato hidrólase


A acumulação de maleilacetato e fumarilacetato que são agentes alquilantes, provocam alquilação de DNA
Observa-se insuficiência hepatica e renal, raquitismo e polineuropatia
Tratamento
Nalguns doentes obtêm-se bons resultados com dietas pobres em tirosina e fenilalanina
Na maior parte dos casos trata-se com um inibidor da hidroxifenilpiruvato dioxigenase

Tirosinemia tipo II
Bibliografia
Não se faz a transaminação da tirosina em ácido p-hidroxifenilpirúvico devido à deficiência em tirosina aminotransferase
Lesões nos olhos e pele







Atraso mental
Responde bem a dietas pobres em tirosina e fenilalanina

Albinismo

Bibliografia

Falta a tirosinase nos  melanocitos, não se formando melanina
A pigmentação da pele, cabelos e íris é reduzida


A fraca pigmentação da íris causa fotosensibilidade
A fraca pigmentação da pele está associada com uma maior incidência do cancro da pele
A tirosinase envolvida na síntese das catecolaminas é um isoenzima diferente e não é afectada pelo  gene do albinismo

Oligofrenia fenilpiruvica

É o erro mais frequente

Bibliografia

Falta de tirosina-oxidase
A fenilalanina não se transforma em tirosina, em geral por falta da tirosina-oxidase.
A fenilalanina converter-se-á alternativamente em ácido fenilpiruvico pela acção de uma transaminase.




Falta de formação de tetrahidropteridina
Conceito
1 a 2% dos doentes com hiperfenilalaninemia não sintetizam a tetrahidropteridina(BH4)
Estes doentes têm os mesmos sinais e por isso muitas vezes são diagnosticados como deficientes em tiroxina-oxidase
Todavia nestes doentes os sintomas mantêm-se após a supressão da fenilalanina na alimentação
Acção da BH4
A BH4 é também coenzima  da triptofana-hidroxilase, necessária para a síntese da dopamina e da serotoni e também do enzima que catalisa a produção do acido nítrico a partir da arginina.
Defeitos enzimáticos
A BH4 é sintetisada a partir da GTP
Descreveram-se quatro deficiências enzimáticas nesta via

Rastreio
A fenilcetonuria afecta 1 em cada 10.000 crianças.
No nascimento não surgem sinais mas eles surgem precocemente caminhando rapidamente para uma oligofrenia grave.
Por esta razão deve-se fazer o seu rastreio em todos os recemnascidos

Fenilcetonuria nas grávidas
As gravidas com hiperfenilalaninemia correm um risco grave de ter filhos com oligofrenia fenilpiruvica
Devem fazer dieta para manter a fenilalanina abaixo de 6mg%

Tratamento
Correcção da hiperfenilalaninemia
Devem-se administrar alimentos pobres ou isentos em fenilalanina
A dieta deve ser iniciada imediatamente após o diagnostico
A dieta é obrigatória para valores acima de 6mg%
Como a fenilalanina é um aminoácido essencial, a dieta deve ser monitorizadas para os valores se  manterem  dentro do normal (2-6 mg%)
Administração de BH4
A administração de BH4 em doentes com defiociencia da tiroxina-oxidase pode ser útil
Nos doentes com deficiência em BH4  a administração de BH4 é obrigatória
Os deficientes em GTP ciclohidrolase respondem com  doses menores (5-10 mg/kg/dia) que os deficientes em dihidropteridina redutase\(20 mg/kg/dia)

Administração de neurotransmissores e acido folico
Nos deficientes em BH4 recomenda-se a administração de dopamina e serotonina mesmo que o BH4 normaliza os teores em serotonina pois que o BH4 não penetra facilmente o tecido cerebral
A suplementação em acido folico está recomendada na deficiência em dihidropteridina redutase

Deficiência da BH4 com fenilalanina normal
É muito rara
Deve-se à deficiência em GTP ciclohidrolase
Manifesta-se por distonias musculares  e sinais de Parkinson
Trata-se com DOPA associada ao inibidor proteico da dopa-descarboxilase

Capitulo 25

TRIPTOFANA

É um aminoácido essencial.
Participa na síntese de compostos de interesse biológico como a serotonina e a nicotinamida

Bibliografia

Síntese da serotonina , nicotinamida e melatonina



Serotonina
A serotonina é a 5-hidroxitriptamina
A triptofana é hidroxilada em hidroxitriptofana pela triptofana  hidroxilase
A DOPA descarboxilase descarboxila a hidroxitriptofana em serotonina
É eliminada pela urina como acido 5-hidroxiindolacetico
A serotonina é  sintetisada nas células cromafins

Nicotinamida
As primeiras etapas do catabolismo da triptofana são comuns à síntese da nicotinamida
A triptofana pirrolase cinde na presença de oxigénio  o núcleo da triptofana
formando formilquinurenina
Esta ao perder a alanina origina a quinurenina pela acção da quinurenina formilase
A quinurenina pode transaminar-se e ciclizar-se em ácido quinurénico ou oxigenar-se em hidroxiquinurenina que por desaminação origina o ácido xanturénico.
Muitos das enzimas intervindo nestas reacções necessitam de vitamina B6 e por esta razão na deficiência nesta vitamina, aparecem aumentados na urina alguns metabólitos.
 Nomeadamente o ácido xanturénico, a quinurenina e a hidroxiquinurenina, têm aumento particularmente notável após uma sobrecarga em triptofana.
Em seguida a hidroxiquinurenina pela acção da quinureninase perde a alanina para dar ácido β3-hidroxiantranalinico que se transformará em nicotinamina
A hidroxiquinurenina não metabolisada em nicotinamida transforma-se em ácido picolinico que, após uma série de transformações originará o acetoacetilCoA




Catabolismo pelas bactérias intestinais
No intestino as bactérias intestinais removem o acido piruvico formando indol
O indol é eliminado pela urina conjugado com o acido sulfúrico ou o acido glicuronico
Nas fezes é eliminado o seu derivado natural, o escatol


CAPITULO 26
PATOLOGIA DA TRIPTOFANA

Bibliografia

Doença de Hartnup

Bibliografia

Absorção reduzida e excreção aumentada de triptofana, devido a um defeito de transporte dos aminoácidos neutros
Como consequência, a síntese de nicotinamida diminui
A manifestação clínica mais importante é a fotosensibilidade cutanea
Se o aporte alimentar de nicotinamida for reduzido haverá sinais de pelagra
Trata-se com a administração de nicotinamida ou acido nicotínico e uma alimentação rica em proteínas

Esquizofrenia
Alguns autores propuseram considerar a esquizofrenia como uma doença do metabolismo da triptofana e por  esta razão aconselham para o seu tratamento dietas pobres em triptofana

Pelagra
A vitamina P.P . é a única vitamina que é sintetizada no organismo , mas a síntese tem que ser complementada pela alimentação. Quando a via sintética é inibida por certos tóxicos como as aflatoxinas  surgr a pelagra

Outras doenças

Descreveram-se acumulação de plaquetas  em depressões e no cérebro na porfiria intermitentev aguda



Capitulo 29
DIGESTÃO DAS PROTEINAS

Classificação dos enzimas proteolíticos

Enzimas intracelulares
  • Encontram-se nos lisossomas
  • Não intervêm na digestão
  • São responsáveis pelos fenómenos de autolise post-mortem
Enzimas extracelulares
  • Encontram-se nos sucos digestivos
  • Dividem-se em exo e endopeptídases




Endopeptidases

  • Hidrolisam ligações péptido situadas no interior da cadeia
  • Existem como pró-enzimas
 Pepsina´
Bibliografia
Activação
·         Existe sob uma forma inactiva, o pepsinogenio
·         Em meio acido o pepsinogenio cinde-se num péptido com cinco aminoácidos e o complexo pepsina-inibidor
·         Em meio mais acido, a pepsina liberta-se do inibidor
·         Em meio alcalino esta reacção iinverte-se
·         A pepsina formada também hidrolisa o pepsinogenio – autocatálise




Ponto de acção
  • Actua sobre ligações péptido em que a amina pertence a um grupo aromático( fenilalanina ou tirosina)
  • A uma velocidade menor cinde também ligações leucina-valina e leucina-acido glutâmico

Tripsina
Bibliografia
  • Resulta da activação do tripsinogenio, sintetizado no pâncreas
  • A activação do tripsinogenio é processada pela enterocinase na presença de cálcio,libertando-se tripsina e um hexapeptido
  • A tripsina formada activa o tripsinogenio por autocatalise



  • Actua sobre ligações péptido em que  a arginina e a lisina participam pelos seus carboxilos
  • O soro contem um inactivador da tripsina 
Quimotripsina
Bibliografia
·         É activada pelo tripsinogénio







·         A sua especificidade é menor
·         Hidroliza ligações péptido em que estejam implicadas pelo carboxilo a tirosina, fenilalanina, triptofana, metionina ou leucina.
  ·         Hidroliza ligações péptido em que estejam implicadas pelo carboxilo a tirosina, fenilalanina, triptofana, metionina ou leucina.



Exopeptidases

  • Hidrolisam ligações péptido situadas no topo da cadeia
Carboxipeptidases
·         Atacam a ligação péptido mais próxima do carboxilo terminal 
·         A carboxipeptidase A actua sobre aminoácidos aromáticos, sendo a actividade máxima com a fenilalanina
·         A carboxipeptidase B actua sobre aminoácidos básicos
·         Não actuam sobre a prolina ou a hidroxiprolina
·         Existem como pró-enzimas, activados pela tripsina

Aminopeptidases
  • Actuam sobre a extremidade próxima da amina terminal
Dipeptidases

  • Actuam sobre dipeptidos
  • Necessitam de iões metálicos bivalentes
  • Conhecem-se:
Glicil-glicina dipeptidase
Prolinase
  • Só actua se a amina terminal pertencer à prolina
Prolidase
  • Só actua se o carboxilo terminal pertencer à prolin
Absorção
  • As proteínas e os péptidos provenientes de hidrolises parciais são degradados em aminoácidos pelas proteases pancreáticas e pelos enzimas  das células intestinais e em seguida absorvidos por transporte activo





Patologia da digestão dos protidos


Redução das áreas absortivas

Doença celíaca
Causa uma atrofia dos vilos, em especial no intestino delgado proximal, com a consequente deficiência de absorção











  • Em geral desaparece com a supressão do glúten na alimentação
  • Aparece usualmente no primeiro ano de vida com dificuldades no  crescimento e diarreia

  • Sprue
    • A atrofia dos vilos não responde ao glúten
    • Poderá ter uma causa bacteriana porque às vezes esta situação responde a antibióticos de largo espectro
    • O folato parece ser útil
    Cirurgia

    • Grandes ressecções do intestino delgado reduzem grandemente a área absortiva
    Inflamação
    • A inflamação do intestino como na doença de Crohn  dificultam a absorção intestinal
    Gastrectomia
    • Não se efectua no estômago a mistura dos alimentos com pepsina e acido clorídrico
    • Haverá uma actividade enzimática diminuída no intestino
    • Há também um aumento de transito no intestino
    Pâncreas
    Fibrose quistica do pâncreas 
    • É uma doença autossomica recessiva do transporte dos cloretos, afectando as secreções das glândulas exocrinas
    • Não são sintetizados os enzimas pancreáticos
    • Digestão proteica deficiente, levando a sindromas de má absorção
    Ablacção da  cabeça do pâncreas

    • 50% das proteinas ingeridas são eliminadas pelas fezes
    Pancreatite aguda hemorrágica

    • Necrose das células pancreáticas associada com a <libertação de enzimas para o espaço retroperitoneal e corrente sanguínea
    • A existência de suco pancreático na cavidade abdominal provoca dor abdominal intensa e shock
    • A tripsina libertada e activada pela necrose do pâncreas provoca a autodigestão da cabeça do pâncreas
    • Cria-se assim um ciclo vicioso:quanto mais é destruído o pâncreas, mais enzimas se liberta
    Pancreatite crónica

    • É mais frequente em alcoólicos
    • Pode haver intolerância à glicose pela redução do numero de ilhéus de Langerhans
    • Há uma diminuição da actividade dos enzimas pancreáticos

    Capitulo 30

    METABOLISMO DA HEMOGLOBINA

    Estrutura

    A hemoglobina é um pigmento tetrapirrolico
    O pirrol é um heterociclo pentagonal com azoto


    A porfina é uma molécula teórica concebida como a reunião de quatro pirrois



    A  introdução de alguns grupos substituintes nas porfinas forma as porfirinas

    Porfirinas
    Na hemoglobina existe a protoporfirina IX



    A combinação desta com o ferro forma o heme



    A proteína da hemoglobina é a globina.
    É composta por quatro subunidades contendo hemes  – duas cadeias a e duas cadeias b





    A sequência de aminoácidos de cada cadeia é determinada geneticamente, levando qualquer mutação do gene a uma anomalia da estrutura.
    Em cada subunidade, tal como na mioglobina, existe uma bolsa para receber o heme.
    Este une-se pelo seu átomo de ferro que por ter seis valências, dispõe de duas valências livres para lá das que utilizou para se combinar com os pirrois.
     Na cadeia b uma destas valências liga-se à histidina 92, proximal, e a outra à histidina 63 distal através de uma molécula de água .
    Na cadeia  alfa, as histidinas envolvidas são as 87 e 58.





    Diversidade estrutural

    No decorrer da vida humana formam-se diferentes formas de hemoglobina.
    Na vida adulta a forma quase exclusiva é a hemoglobina a2b2.
    Todavia desde a concepção até aos primeiros tipos de vida aparecem e desaparecem várias formas de hemoglobina.
    A hemoglobina fetal contém duas cadeias a e duas cadeias que irão desaparecer, as cadeias d – é portanto a2d2.
    No embrião encontram-se as cadeias e e z.
    No adulto  2% da hemoglobiina é constituída pela hemoglobina A2 de constituição a2d2(



    cortesia do prof Christian Binet


    Síntese
    O heme é sintetizado por uma série de reacções, umas nas mitocôndrias, outras no citossol







    Cortesia de Joyce Diwan




    A primeira reacção é a síntese do acido deltaaminolevulínico pela reacção do succinil-CoA com a glicina, catalisada pela deltaminolevulínico  sintetase ou ALA-sintetase
    A ALA sintetase encontra-se nas mitocôndrias, enquanto que o sucinil CÔA é sintetizado no citoplasma, devendo  portanto ser transportado para as mitocôndrias
    O ALA é transportado  para o citoplasma para se condensar com outro ALA para dar o porfobilinogénio
    O porfobilinogénio irá sofrer uma série de transformações para originar a protoporfirina IX
    A ferroquelatase irá introduzir o ferro na protoporfirina IX para originar o heme
    Regulação
    O enzima chave é a ALA sintetase
    O seu principal inibidor alostérico é o heme
    Os esteroides e alguns medicamentos podem estimular este enzima

    Transporte do oxigénio
    Quando o sangue pobre em oxigénio passa pelos pulmões, este recebe o oxigénio que se difundiu pelos pulmões
    Nos eritrocitos o oxigénio, oxigena mas não oxida a hemoglobina ( o ferro continua bivalente) devido a uma alteração da conformação da hemoglobina, que se transforma em oxi-hemoglobina
    Nos capilares dos tecidos  passa-se o processo inverso – a oxihemoglobina cede o oxigénio aos tecidos e transforma-se em desoxihemoglobina
    Estes fenómenos passam-se porque a desoxihemoglobina tem maior afinidade para o O2 ( efeito Haldane) e H+ (efeito Bohr)




    1. Rich in carbon dioxide is pumped from the heart into the lungs through the pulmonary arteries. (Arteries are blood vessels carrying blood away from the heart; veins are blood vessels carrying blood to the heart.)
    2. In the lungs, CO2 in the blood is exchanged for O2.
    3. The oxygen-rich blood is carried back to the heart through the pulmonary veins.
    1. This oxygen-rich blood is then pumped from the heart to the many tissues and organs of the body, through the systemic arteries.
    2. In the tissues, the arteries narrow to tiny capillaries. Here, O2 in the blood is exchanged for CO2.
    3. The capillaries widen into the systemic veins, which carry the carbon-dioxide-rich blood back to the heart.
    Figure 7
    This is a schematic diagram of the flow of blood through the circulatory system, showing the sites of O2/CO2 exchange in the body.
    Note: The components of this diagram are not drawn to scale.

    cortesia de R.Frey





    Transporte do anidrido carbónico

    O CO2 entra e sai da célula difundindo-se através de canais transmembranarios
    Dentro do glóbulo metade combina-.se com a hemoglobina dando carbohemoglobina.
    A outra metade converte-se em bicarbonato e H+ pela acção da anidrase carbónica
    O bicarbonato difunde-se para o plasma
    O H+ combina-se com a hemoglobina que funciona como tampão


    Cortesia de Chemical Society


    Ciclo de Rapaport-Luebring ou ciclo do fosfoglicerato
    No eritrocito encontra-se o ácido 2,3– bisfosfoglicérico
    As suas cargas negativas unem-se às cadeias de carga positiva da hemoglobina facilitando a expulsão de oxigénio para os tecidos
    Forma-se a partir do acido 1,3-bisfosfoglicérico pelo ciclo de Rapaport-Luebring
    Aumenta  em populações vivendo em altas altitudes devido à falta de oxigénio, em situações de anoxia,e em doenças crónicas em que haja má distribuição de oxigénio e em anemias graves



    BIBLIOGRAFIA

    Ilustrações- hemoglobina


    Catabolismo do heme


    Ciclo de Rapoport- Luebering


    Heme


    Ilustrações – estrutura do heme



    Porfirinas


    Síntese do heme




    Capítulo 31
    PATOLOGIA DOS ERITROCITOS

    Anemia
    É a redução da capacidade do sangue em transportar oxigénio, devendo-se a diminuição dos eritrocitos, baixo teor em hemoglobina e hemoglobinas anormais
    Diminuição dos eritrocitos
    Anemias hemorrágicas, por perda de sangue
    Anemias hemolíticas por destruição precoce dos eritrocitos
    Anemias aplasticas por diminuição da eritropoiese
    Baixo teor em hemoglobina
    Anemia por perda de ferro ou microcitica. Chama-se microcitica por os glóbulos serem pequenos e pálidos
    Anemia dos atletas
    Em períodos de treino intensivo, o volume sanguíneo pode aumentar até 15%, diminuindo a quantidade de eritrocitos por unidade de volume
    Anemia perniciosa por falta de vitamina B12

    Hemoglobinas anormais
    Conceito
    Desde que em 1949 PAULING e ITANO descreveram que a drepanocitose era devida à existência de uma hemoglobina anormal , a hemoglobina S, nasceu pela primeira vez a noção que a doença poderia ser devida à alteração da molécula
    Abriu-se assim um novo domínio de estudo, a patologia molecular
    A partir daí descreveram-se inúmeras hemoglobinas anormais.
    Classificação
    Conforme a natureza da anormalidade podemos classificà-las em:
    • Alterações da estrutura primária
    • Diferente combinação das cadeias
    • Diferente repartição das variedades de hemoglobina
    Alterações da estrutura primária
    As mais frequentes são a hemoglobina S e as hemoglobinas M
    Hemoglobina S

    Na hemoglobina S houve uma substituição em b6 do ácido glutâmico pela valina.
    Esta nova valina fica muito próxima da valina em 1 o que leva estas duas valinas a aproximarem-se pelas forças de van der Waals e a ciclizar a extremidade da cadeia, ciclização estabilisada por uma ligação ponte de hidrogénio entre o azoto da treonina 4 e o carboxilo da valina 1.
    Esta ciclização explicaria a formação de glóbulos em foice (falciformação) e a sua agregação com outras moléculas de globina
    Hemoglobinas M
    .Parte da hemoglobina oxida-se em meta-hemoglobina(ferro trivalente) que não transporta oxigénio mas em condições normais, a meta-hemoglonina redutase reduz de novo a meta-hemoglobina
    As hemoglobinas M  manifestam-se pela formação de metahemoglobinas anormais e que persistem porque não se reduzem em hemoglobina pela acção dos sistemas redutores existentes no organismo o que as impede de ceder oxigénio aos tecidos.
    Devem-se à mutação de um aminoácido numa zona vizinha à bolsa onde se anicha o heme.
    As mais comuns resultam da substituição de uma histidina(a58, a87 ou b63) pela tirosina ou da b- valina 67 pelo acido glutâmico.

    Diferente  combinação de cadeias
    Ausência de cadeias
    Nalgumas destas hemoglobinas há a ausência de cadeias  A.
    Nesta situação o seu lugar é ocupado por outra hemoglobina, no adulto pela b( hemoglobina b4 ou hemoglobina H)e no feto pela g (hemoglobina g4 ou hemoglobina de Bart).
    Cadeia mista
    Nas hemoglobinas de cadeia mista há um crossing-over entre genes responsáveis pela síntese de cadeias diferentes.
     Na hemoglobina Lepore há duas cadeias a ligadas a duas cadeias anormais  formadas pela reunião da metade N-terminal da d com a metade C-terminal da b.

    Porfirias
    Deficiência de um dos enzimas da síntese das porfirinas.
    Como levam a uma síntese diminuída do heme  deixa de haver a inibição alosterica da ALA-sintetase
    Resulta a acumulação de precursores das porfirinas (ALA, PBG) e porfirinas
    Quando há aumento de precursores, as manifestações são neurológicas
    Quando as porfirinas se acumulam o principal sinal é a fotosensibilidade – as porfirinas absorvem luz e ficam excitadas, induzindo a formação de radicais livres.

    Hemoglobina glicosilada

    A hemoglobina A1 reage espontaneamente com a glicose para formar a hemoglobina glicosilada ou hemoglobina A1.
    Normalmente a concentração desta hemoglobina é muito baixa mas na diabetes pode atingir 12% da hemoglobina total ou mais.

    Poliglobulia ou policitemia

    Há aumento do número de eritrocitos
    Aumenta a viscosidade do sangue e diminui a velocidade da circulação
    A policitemia primária ou doença de Vaquez deve-se a um cancro da medula
    As policitemias secundarias podem resultar de numa adaptação à falta de oxigénio ou à produção excessiva de eritropoietina

    BIBLIOGRAFIA



    Destruição dos eritrocitos

    Os eritrocitos têm uma vida útil de 120 dias, sendo destruídos nos pequenos vasos e no baço
    Os macrofagos fagocitam os eritrocitos, fragmentam-nos, o heme separa-se da globina e o ferro é recuperado
    O restante do heme é degradado em bilirrubina
    A bilirubina é degradada em estercobilina,em urobilina, incolor, eliminada pela urina e estercobilina, corada, que dá cor às fezes



    HEMOGLOBINA

                                                      
                                                                    Globina

                                                                                           Ferro---- Transferrina

    Biliverdina

                                                                                             H+     NADPH + H+
                         Biliverdina redutase

    Bilirubina


                                                                                              Acido glicuronico

    Bilirubina conjugada






    Capitulo 32

    SINTESE DOS NUCLEOTIDOS COM PURINAS


    Precursores do núcleo purico



    As purinas formam-se a partir dos seguintes precursores
    • Glicocola – C4,C5,C7
    • Formil-FH4 – C2,C3
    • Glutamina – N3,N9
    • Acido aspartico – N1
    • CO2 – C1


    Síntese do IMP

    É o primeiro nucleotido a ser formado
    Os outros formam-se a partir dele


    Formação do fosforibosilpirofosfato(PRPP)

    È a forma activa da ribose
    A PRPP sintetase catalisa a combinação da fosforibose com o ATP

    Formação do ribotido de glicinamida

    A glutamina cede a amida ao PRPP para formar a fosforibisilamina. O enzima é a PRPP amidotransferase
    A fosforibosilamina reage com a glicina na presença de ATP para  dar o ribotido de glicinamida O enzima é a fosforibosilglicinamida sintetase


    Transferencia de um carbono

    O formil-FH4 transfere um carbono, formando-se o ribotido de formilglicinamida O enzima é a formilglicinamida formiltransferase


    Amidinação
    A glutamina cede uma amida para formar o ribotido de formilglicinamidina
    É necessário ATP


    Formilação em ribotido de formilglicinamida

    A formilação é feita pelo formil FH4


    Ciclização

    O ciclo fecha-se formando-ser o ribotido de 5-aminoimidazol
    O enzima é a 5-imidazol sintetase
    E necessário ATP


    Visão global destas etapas




    Ribose

    PRP          NH2
                         Glutamina

    Fosforibosilamina
                  Glicina

    Ribotido da glicinamida
                   FH4

    Ribotido da formilglicinamida


           NH2     Glutamina
    x
    Ribotido da  formilglinamidina

                                                        Encerramento do ciclo

    Ribotido do amino-imidazol





    Carboxilação

    O 5-aminoimidazol é carboxilado no acido 5-aminoimidazolcarboxilico


    Amidação

    O ribotido amida-se por combinação com o acido aspartico para se formar uma carboximida,  o ribotido da 5-amino-4-imidazol-sucino-carboximida


    Perda do acido fumarico

    A carboxiamida perde o acido fumarico para dar o ribotido da 5- aminoimidazolcarboxiamida

    Formação do IMP

    Forma-se o 5-formamidoimidazol-4-carboxiamida-ribonucleotodo pela reacção com o formil-FH4
    Este desidrata-se em seguida formando o IMP





    Síntese do AMP

    Formação de acido adenilosuccinico

    O IMP combina-se com o acido aspartico para dar o acido adenilosuccinico
    O enzima e a adenilosuccinatosintetase
    A energia para a síntese é fornecida pela hidrolise do GTP


    Formação do AMP

    • A adenilosuccinato é hidrolisado em acido fumarico e AMP
    • O enzima é a adenilosuccinatoliase

    Formação do XMP

    O IMP é hidrolisado em XMP pela IMP deidrogenase

    Formação do GMP

    Forma-se pela transferência de uma amida da glutamina para o  XMP
    O enzima é a XMP transferase

    Ciclo dos nucleotidos da purina


    Este ciclo tem um papel importante no musculo em exercicio
    A geração de acido fumarico  fornece ao musculo o único substracto anaplerotico para o ciclo de Krebs
    No  decorrer do exercicio as proteinas musculares podem ser utilizadas para fornecer  aspartato



    Formação dos nucleotidotrifosfatos

    Resultam da fosforilação dos mucleotido monofosfatos pelo ATP pela acção   de
    transfosforilases



    Utilização das purinas livres


    As bases puricas resultantes do metabolismo dos nucleotidos com purinas podem ser recicladas para  a síntese de novo dos nucleotidos, por combinação com o PRPP
    A adenina origina o AMP combinando-se com o PRPP  pela acção da adenina fosforibosiltransferase e a adenosina combinando-se com o ATP pela acção da adenosina cinase
    A hipoxantina e a guanina combinam-se com o PRPP para dar respectivamente IMP e GMP pela nacção da hipoxantina-guanina transferase 


    Regulação da síntese

    A PRPP sintetase é inibida pelos nucleotidos com purina, em especial o AMP e o GMP por alteração de conformação
    A amidotransferase é inibida num sitio alosterico pelos adenina nucleotidos (AMP, ADP, ATP) e noutro sitio pelos guanina nucleotidos
    Um excesso de ATP aumenta a síntese de AMP e a um aumento de GTP e AMP

    Capitulo 33
    SINTESE DOS NUCLEOTIDOS PIRIMIDICOS


    Origem dos carbonos

    Os carbonos provêm do acido aspartico, glutamina e anidrido carbónico


    Síntese do UMP

    Formação do carbamil-fosfato

    O carbamilfosfato forma-se pela combinação do bicarbonato com a glutamina pela acção duma carbamilfosfato sintetase citoplasmica, ao contrario do formado na síntese da ureia em que o enzima é mitocondrial




    Sintese do carbamilaspartato

    Forma-se por combinação do carbamilfosfato com o aspartato pela acção da aspartato transcarbamilase

    Formação do acido orotico
    O carbamilfosfato desidrata-se em acido dihidroorotico que por sua vez cede hidrogénio para o NAD para originar o acido orotico.


    Formação do UMP

    O acido  orotico combina-se com o fosforibosil pirofosfato dando acido orotidilico que em seguida origina o UMP por descarboxilação


    Síntese das CMP e TMP

    O UMP  transforma-se em UTP que aminado pela glutamina originando o CTP. Este forma o dUMP que em seguida se metila em TMP
    Para formar o CMP o CTP sobre duas desfosforilações

    Regulação

    Carbamilfosfato sintetase

    É a principal via reguladora
    É inibida pela UTP, produto final  da reacção e activada pelo PRPP

    OMP descarboxilase

    A UMP compete com o OMP na OMP-descarboxilase


    Capitulo 34
    CATABOLISMO DAS BASES PURICAS E PIRIMIDICAS

    Bibliografia


    Bases puricas
    Desaminação da adenina em hipoxantina e da guanina em xantina pela acção das respectivas desaminases
    A hipoxantina é oxidada em  xantina pela hipoxantina-oxidase
    A xantina-oxidase oxida a xantina em acido úrico

    Bases pirimidicas

    O catabolismo das pirimidinas é complexo
    Os produtos finais da degradação são a beta-alanina para o uracilo e  o acido beta-amino butirico para a timina


                                             

    Capitulo  35
    PATOLOGIA DAS PURINAS

    Xantinuria

    Causas
    Deficiência em xantina-oxidase

    Sintomas
    Xantina elevada
    Acido úrico baixo
    Cálculos renais de xantina
    Depósitos cristalinos nos rins e músculos esqueléticos

    Tratamento
    Restrição de alimentos ricos em purinas
    Ingestão de líquidos
    Alopurinol – Bloqueia a conversão da hipoxantina em xantina, esta ultima menos solúvel

    Hiperuricemia


    Causas sistémicas
    Clearance renal de uratos diminuída, como é o caso do tratamento prolongado com diuréticos
    Aumento da sintese de purinas por um turnover aumentado de nucleoproteinas, que se passa nalgumas situações hematológicas ( linfomas, leucemias, anemia hemolítica)
    Ingestão  aumentada de alimentos ricos em purinas, em especial se forem acompanhados de bebidas alcoólicas
    O álcool  induz o catabolismo dos nucleotidos no fígado aumentando a secreção de acido láctico que bloqueia a secreção de uratos pelo rim

    Causas genéticas
    Deficiência em hipoxantina-guanina-fosforibosil-transferase
    Hiperactividade a PRPP sintetase

    Sintomas
    O plasma fica saturado em acido urino  concentrações superiores a 7 mg%
    Os uratos são solúveis até 4mg%
    A partir destes limites pode cristalizar e depositar-se em artilagens, tendões e ligamentos
    Quando os cristais se agregam formam tofos visíveis aos R.X.
    Se a urina é acida pode formar cálculos renais
    Há casos de hiperuricemia sem gota

    Tratamento

    Alopurinol, análogo estrutural da xantina, que inibe a xantina-oxidase
    Os anti-inflamatorios não esteroides são eficazes no tratamento da fase aguda da gota, mas não baixam a hiperuricemia


    Sindroma de Lesch-Nyhan


    Causas
    Perda do gene da HRPT
    Doença ligada ao sexo pois o gene encontra-se no cromossoma X

    Sintomas
    Gota severa
    Malfunção grave do sistema nervoso
    Tendência para a auto-mutilação

    Tratamento
    Prevenção da insuficiência renal
    Alopurinol
    Esforços para reduzir a automutilação

    SCID( Doença de Imunodeficiência severa combinada)

    Causas
    Deficiência em adenosina desaminase
    Esta deficiência leva à destruição dos linfocitos B e T
    Na falta deste enzima, a desoxiadenosina é fosforilada provocando teores elevados de dATP, inibidor da nucleotido redutase com a consequente inibição da síntese do DNA

    Sintomas
    Imunodeficiência

    Tratamento
    Transfusões
    Transplante da medula
    Substituição enzimática
    Terapia genica


    Glicogenose tipo I
    A deficiência em glicose-6-fosfatase leva a uma síntese aumentada de pentose-fosfatos
    Há assim mais ribose para formar PRPP


    CAPITULO 36
    Formação dos desoxiribonucleotidos

    A ribonucleotido- redutase catalisa a formação de desoxiribonucleotidos a partir de nucleotidos
    O dador de hidrogénio para a redução da ribose é tioredoxina reduzida
    A tioredoxina é uma proteína com enxofre  tendo SH quando reduzida e S-S quando oxidada
    A tioredoxina oxidada é reduzida pelo NADPH pela acção da tiopredoxina redutase
    A tioredoxina reduzida cede os seus H para formar os desoxiribonucleotidos

    Regulação

    O dATP e dTTP são efectores alostericos positivos
    O ATP acelera a redução dos ATP e CDP
    O GTP acelera a redução do ADP e GDP


    Capitulo 37
    SINTESE DE OUTROS NUCLEOTIDOS

    NAD e NADP
                                                                                             
    Condensação do nicotinato ou da nicotinamida  com o PRPP
    Forma-ser o nicotinamida ribonucleotido pela acção da  nicotinato ou nicotinamida fosfotransferase
    O nicotinamida mononucleotido(NMP) pode formar-se também pelo metabolismo da triptofana,oque permite formar o NAD e NADP mesmo numa alimentação pobre em nicotinamida e acido nicotínico
    O mononucleotido combina-se com o ATP pela acção da NAD pirofosforilase para da o NAD
    A NAD cinase fosforila o NAD em NADP


    FAD

    A riboflanina é fosforilada pela flavocinase para dar ao FMN
     Pela acção da FAD pirofosforilase o FMN liga-se com o AMP para dar o FAD

    CoA

    O acido pantotenico é fosforilado pelo ATP em 4-fosfopantenato pela pantenato cinase
    Este combina-se com a cisteina para dar fosfopantenilcisteina, reacção catalisada pela fosfopantenocisteina sintetase
    Esta descarboxila-se em 4-fosfopantetina pela acção da fostopantotenoil descarboxilase
    Esta liga-se ao AMP para dar a defosfoCoA pela acção da defosfoCoA pirofosforilase
    A defosfoCoA cinase fosforila o grupo 3’-OH da adenosina para dar o CoA


    Capitulo 38
    CATABOLISMO DOS ACIDOS NUCLEICOS E NUCLEOTIDOS

    Ácidos nucleicos

    As nucleoproteinas são cindidas pelas proteases em proteínas e ácidos nucleicos
    Os ácidos nucleicos são cindidos por endonucleases e exonucleases

    Endonucleases

    Desoxiribonucleases do pâncreas
    Cindem ligações 3’-5’ para produzir grandes  nucleotidos 5’-fosfoterminais



    http://en.wikipedia.org/wiki/Endonuclease

    Desoxiribonucleases do baço
    Cindem ligações entre o fosfato e o carbono 5’ produzindo nucleotidos 3’-fosfoterminais
    Ribonuclease
    Existem no intestino, fígado e pâncreas
    Hidrolisam ligações fosfato ligadas ao 5’ produzindo nucleotidos 3’-fosfoterminais
    Requerem uma pirimidina no nucleotido 3’-fosfoterminal

    Exonucleases
    Cindem a ligação fosfodiester na extremidade da cadeia polinucleotidica
    A  mais importante é aa exonuclease do baço que liberta nucleotidos -3-fosfato

    ´Catabolismo dos nucleotidos e nucleósidos

    Os nucleotidos são desfosforilados por nucleotidases
    Os nucleosidos  são cindidos  através de fosforolise por nucleosidases
    Os produtos finais são  a pentose-fosfato e  a respectiva base





















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