quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

PERITONEU- Textos

Anatomia macroscópica

Definição
Membrana serosa que atapeta a cavidade abdominal e cobre a maior parte dos órgãos existentes no abdómen
Folhetos
O folheto parietal cobre a parede abdominal.
O folheto visceral reveste as vísceras.
Entre os dois folhetos encontra-se uma cavidade virtual preenchida com uma fina película de liquido seroso a cavidade peritoneal.
O líquido seroso lubrifica os folhetos permitindo que as vísceras se movimentem sem atritos.
Em situações patológicas esta cavidade pode conter 1 a 2 litros de liquido – ascite.
Nos homens a cavidade peritoneal está fechada.
Nas mulheres comunica com o exterior pelas trompas, útero e vagina.
Mesentério
São pregas peritoneais que envolvem os órgãos e os liga à parede abdominal
São constituídos essencialmente por tecido conjuntivo laxo contendo células adiposas, e nódulos linfáticos assim como vasos e nervos passando de e para as vísceras.
O mesentério propriamente dito é o mesentério do intestino delgado.
O mesogastro é o mesentério do estômago.
O mesocolon transverso é o do cólon transverso.
O mesogastro ventral é o do fígado.
O mesogastro dorsal é o do baço.
Algumas vísceras, como o cólon ascendente e os rins, não têm mesentério, sendo extra ou retroperitoneais.
Estes órgãos ligam-se à parede posterior do abdómen, sendo cobertos adiante pelo peritoneu .
Epiploons ou omentos
Pregas peritoneais contendo um pedículo vasculo-nervoso que se estendem livremente de um órgão para outro no interior da cavidade abdominal.
O grande epiploon ou epiploon gastro-cólico vai da grande curvatura do estômago ao colon transverso, continuando pelo mesocolon transverso.
O pequeno epiploon ou epiploon gastro-hepático vai da pequena curvatura do estômago ao hilo hepático.
O epiploon médio ou gastro-esplénico vai da grande tuberosidade do estômago ao hilo do baço.
O epiploon pancreático-esplénico vai da cauda do pâncreas ao baço.
Ligamentos
São pregas peritoneais unindo os órgãos a uma das paredes do abdómen (ligamentos parieto-viscerais) ou ligando órgãos entre si (ligamentos interviscerais).
São exemplos de ligamentos parieto-viscerais os ligamentos falciforme, coronário, triangulares do fígado e largo do útero .
Ligamentos parieto-viscerais

Ligamento
De
Para
Falciforme
Fígado
Diafragma e parede abdominal
Coronário
Fígado
Diafragma
Triangular
Fígado
-
Largo do útero   
Útero
Parede pélvica

São exemplos de ligamentos interviscerais os ligamentos cistico-duodénico-cólico e o hepato-cólico
Fundos de saco, fossetas e goteiras
Resultam da passagem da serosa peritoneal sobre depressões existentes
Fundos de saco
Resultam da passagem da serosa sobre dois órgãos.
São exemplos o fundo de saco rectovaginal de Douglas e o fundo de saco vesico-uterino.
Fossetas
Resultam da passagem da serosa sobre depressões existentes nos órgãos (fossetas duodenais) ou resultam de estruturas existentes (fossetas inguinais)
Goteiras ou espaços
Resultam da passagem da serosa de um órgão para uma das paredes.
São exemplos as goteiras mesenterico-cólicas e as parieto-cólicas.
Irrigação
Peritoneu parietal
Ramos das artérias epigástricas
Artéria musculofrénica
Artérias circunflexas profundas
Peritoneu visceral
Provem das artérias que irrigam os órgãos.
Enervação
Nervos das paredes adjacentes e diafragma, para o parietal.
Nervos simpáticos das vísceras para os viscerais.
Os receptores são sensíveis à distensão das vísceras ocas, tracção dos mesentérios, espasmo dos músculos lisos, isquémia.
PATOLOGIA DO PERITONEU

Pneumoperitoneu
Gás na cavidade peritoneal
Deve-se a perfurações do estômago ou intestinos
Peritonite
Inflamação dos folhetos ou da cavidade peritoneal
Ascite
Acumulação de liquido na cavidade peritoneal

ESTRUTURA GERAL DO DIGESTIVO -textos

Anatomia microscópica



Mucosa



Formada por epitélio, lâmina própria e muscular da mucosa.

Epitélio
Na boca, esófago e canal anal é um epitélio estratificado plano não queratinizado.
Nas outras partes é cilíndrico simples.
A principal função do epitélio estratificado é a protecção e a do cilíndrico a secreção e absorção.
Lamina própria
Formada por tecido conjuntivo laxo.
Contem vasos sanguíneos e linfáticos e nódulos linfáticos dispersos.
Muscular da mucosa
Formada por fibras musculares lisas que se projectam na mucosa como pequenas pregas que aumentam a superfície do intestino.
Submucosa
Formada por tecido conjuntivo laxo que une a mucosa à muscular externa.
Muscular externa
Na boca, faringe e parte superior do esófago é constituída por músculos esquelético, assim como o esfíncter anal externo.
O resto do tracto tem músculos lisos geralmente com uma lâmina interna de fibras circulares e uma lâmina externa de fibras longitudinais.

Glândulas salivares
Funções da saliva
Limpeza da boca
Dissolução dos componentes químicos dos nutrimentos para serem apreciados pelas papilas gustativas
Humedecimento dos alimentos para que estes possam ser comprimidos no bolo alimentar
Presença de amilases que actuam sobre o amido
Estrutura geral
As unidades secretórias são cachos de células, os ácinos
Segregam a saliva que contem água, electrólitos, muco e enzimas
Nos condutos salivares o sódio é reabsorvido activamente, o potássio é segregado assim como bicarbonato
Há dois tipos de células serosas segregando um liquido aquoso sem muco e mucosas segregando um líquido rico em muco
Glândulas major
Parótidas
As parótidas estão situadas adiante da orelha entre o masseter e a pele
Dela sai o conduto parotidiano que desemboca no vestíbulo em face do segundo molar superior
Produzem uma secreção serosa
Ramificações do nervo facial atravessam a parótida antes de enervar os músculos da expressão facial e por esta razão a cirurgia das parótidas pode provocar uma paralisia facial
A papeira é uma infecção viral das parótidas
Submaxilares
Encontram-se na parte mediana do corpo da mandíbula
O seu conduto desemboca na base do freio da língua
Produzem uma secreção mista ( serosa e mucosa)
Sublinguais
Situadas debaixo da língua adiante das submaxilares
Os seus 10 a 12 condutos abrem-se no pavimento da boca
Produzem uma secreção serosa
Glândulas minor
Estão disseminadas por toda a mucosa oral
Composição da saliva
Mucina , muco espesso que lubrifica a cavidade oral e humedece os alimentos
Amilase
Anticorpos IgA
Lisosima
Defensinas
NO formado pelas bactérias saprófitas por reacção com os nitratos dos alimentos
Regulação da salivação
As glândulas minor segregam saliva suficiente para manter a humidade da boca, mas não para tratar os alimentos
A ingestão de alimentos estimula os quimio e baroreceptores da boca que enviam influxos para os núcleos salivares do tronco cerebral que estimulam fibras parassimpáticas dos faciais e glossofaríngeo
Os impulsos são transmitidos para os núcleos salivares situados no tronco cerebral

Ingestão de alimentos

Baroreceptores da boca

Nucleos salivares do tronco cerebral

Fibras parasimpaticas do facial e glossofaringeo

 Regulação da salivação
Basta a vista, cheiro ou apenas pensar num alimento para desencadear a salivação por um reflexo condicionado
É conhecido o reflexo condicionado de Pavlov em que os cães salivavam ao ouvir uma campainha por, devido a treino prévio, relacionarem o seu som com alimentos
Dentes
Dentadura
Dentição provisória
Os primeiros dentes a aparecer são os incisivos centrais inferiores que surgem pelos seis meses, surgindo os outros com intervalos de 1 a 2 meses
Estes dentes são chamados dentes deciduais ou dentes de leite
Dentição definitiva
À medida que os dentes definitivos se desenvolvem as raízes dos dentes de leite vão sendo reabsorvidas progressivamente, acabando por cair entre os 6 e 12 anos , exceptuando-se os dentes do siso que aparecem entre os 17 e 25
Por vezes um dente, na maior parte dos casos o dente do siso, fica encaixado num maxilar - é o dente incluso 
Classificação dos dentes
Os incisivos, 4 por maxilar, afiados em bisel, servem para cortar os alimentos
Os caninos, 2 por maxilar.são dentes afiados muito desenvolvidos nos animais carnívoros e ausentes nos vegetarianos
Os premolares, 4 por maxilar, dentes tricúspides, não se encontram na dentição provisória
 Os molares, 6 por maxilar, têm coroas largas com tubérculos arredondados, esmagam os alimentos
Fazendo as contas, a dentição provisória tem 20 dentes e a definitiva 36
Estrutura



Coroa


Parte do dente visível acima das gengivas


Esmalte


Material sem células fortemente mineralizado por sais de cálcio como o osso

As células que o elaboram morrem no momento da reparação do dente, pelo que o esmalte quando lesado não é reparável

O esmalte é a substância mais dura do organismo e tem por função suportar a força da mastigação


Raiz


É a parte do dente que está dentro do maxilar

Os caninos, incisivos e premolares têm apenas uma raiz

Os dois primeiros molares superiores têm 3  raízes e os inferiores 2

O número de raízes do terceiro molar é variável, mas o mais frequente é uma raiz fundida

A coroa e a raiz estão ligadas pelo colo do dente

A superfície externa da raiz está coberta por um tecido conjuntivo calcificado, o cimento




Ligamento alvéolo-dentário ou desmodonte


O cimento fixa o dente a este ligamento que o mantem no alvéolo ósseo do maxilar

Forma uma articulação do tipo gonfose



Dentina ou marfim


Semelhante ao tecido ósseo está sob o esmalte e forma a maior parte do dente

Rodeia a câmara pulpar ou cavum

Liga-se à raiz pelo canal da raiz do dente

Na extremidade proximal do canal encontra-se o foramen do apex dentário que permite a passagem de vasos e fibras nervosas


Polpa


Encontra-se na câmara pulpar

Tem tecido conjuntivo, vasos e fibras nervosas

É ela que assegura a alimentação e a sensibilidade dos dentes













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