sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

LIVROS - Proteinas

CAPITULO  1

Proteínas - Definição e classificação




Os componentes estruturais das proteínas são os aminoácidos.

Podemos portanto defini-las como compostos tendo na sua estrutura aminoácidos.

Da reunião de aminoácidos surgem os peptidos e os proteidos ou proteínas propriamente ditas.

É dificil estabelecer uma diferença clara entre peptidos e proteidos.

Ao contrário dos glúcidos em que a diferença entre o número de oses dum oligosido e de um poliosido é nítida, aqui há um contínuo  na  composição das proteínas.

Foi assim necessário arbitrar um limite  que defina a diferença entre peptidos e proteidos.

Estabeleceu-se como limite o peso molecular de 5000



Classificação das proteínas



Grupo
Peso molecular
Aminoácidos
Peptidos
Proteidos
-
<5000
>5000




Características fundamentais das proteinas


Presença constante de N e C

Grande numero de componentes diferentes na sua composição

Especificidade – variam de espécie para espécie e de individuo para individuo

Têm funções metabolicas



Estrutura



Estrutura primaria


A unidade básica do colagenio  é um polipeptido constituído pela unidade repetitiva:


                                          (Gli-X-Y)n


  em que X é quase sempre a prolina e Y a hidroxiprolina



Estruturas secundaria e terciária


Tem uma estrutura em hélice em que três hélices se enrolam para formar o tropocolagénio









A estrutura do colagenio inspirou artistas




Capitulo 2


           AMINOÁCIDOS



Estrutura



São ácidos carboxilicos aminados em alfa 






Estereoquimica




A glicina, aminoacido em que o R é o H, é o único aminoácido que não tem carbonos assimétrico, por ter duas valências ocupadas por hidrogénio.

Todos os outros aminoácidos têm carbonos assimétricos e portanto são opticamente activos.

 Segundo a nomenclatura de FISCHER, a série D está relacionada com o D-gliceraldeido e a L com o L








Todos os aminoácidos existentes no organismo pertencem à série L.


Nomenclatura








Propriedades físicas



Dissociação


Revisões de conjunto








Os aminoacidos são anfóteros – têm dois grupos dissociaveis: amina e carboxilo

Em meio ácido é inibida a dissociação do carboxilo e em meio alcalino a da amida



Propriedades físicas



Os aminoacidos são anfóteros – têm dois grupos dissociaveis: amina e carboxilo

Em meio ácido é inibida a dissociação do carboxilo e em meio alcalino a da amida








A pH extremos só se dissocia um dos grupos

A um pH constante para cada aminoacido, o ponto isoelectrico (pHi) , as duas funções estão igualmente dissociadas 

A pH inferiores ao pHi, a amina está mais dissociada e a pHi superiores o carboxilo está mais










http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://kimberlybiochemist.files.wordpress.com/2013/02/zwitterion-ph.gif&imgrefurl=http://kimberlybiochemist.wordpress.com/tag/zwitterion/&h=315&w=752&sz=5&tbnid=8yOK6eonUPvCFM:&tbnh=57&tbnw=135&prev=/search%3Fq%3Dzwitterion%26tbm%3Disch%26tbo%3Du&zoom=1&q=zwitterion&usg=__k_4LgF2saontP5_YlYXiNKMeQkg=&docid=2qPmqe4jBs3V5M&sa=X&ei=iS6dUe63PKPH7Ab0goCQDA&s



Solubilidade

Em geral os aminoacidos são soluveis na agua

A solubilidade é menor para os que têm componentes hidrófobos



Propriedades químicas



Propriedades do carboxilo

Formação de sais, esteres, amidas

Descarboxilação formando aminas











Propriedades da amina

·        Propriedades gerais das bases  como seja a formação de sais

·        Desaminação com a formação de ácidos cetonicos
A pH inferiores ao pHi, a amina está mais dissociada e a pHi superiores o carboxilo está mais







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Solubilidade



Em geral os aminoacidos são soluveis na agua

A solubilidade é menor para os que têm componentes hidrófobos



Propriedades químicas



Propriedades do carboxilo




Formação de sais, esteres, amidas

Descarboxilação formando aminas











Propriedades da amina



·        Propriedades gerais das bases  como seja a formação de sais

·        Desaminação com a formação de ácidos cetonicos
     Desaminação com a formação de ácidos cetonicos







Propriedades do grupo R

Serão estudadas a proposito de cada aminoacido





CAPITULO 3

Classificação dos aminoacidos



Aminoácidos alifáticos neutros


Têm uma cadeia linear com uma função amina e uma função carboxilo.

A valina, leucina e isoleucina são aminoacidos ramificados




Aminoácidos neutros


Aminoácidos alifaticos neutros

·        Glicina

·        Alanina

·        Valina

·        Leucina

·        Isoleucina

Aminoácidos álcoois ou hidroxilados

·        Serina

·        Treonina……...

Aminoácidos com enxofre

·        Cisteina

·        Cistina

·        Metionina

Aminoácidos ácidos ou ndicarboxilicos

·        Acido aspartico

·        Acido gluitamico

Aminoácidos básicos ou diaminados

·        Lisina

·        Arginina

Aminoácidos cíclicos

·        Histidina

·        Fenilalanina

·        Tirosina

·        Triptofana

·        Prolina

·        Hidroxiprolina




Aminoácidos hidroxilados


Têm uma função hidroxilo e por isso podem-se comportar como álcoois
Têm uma função hidroxilo e por isso podem-se comportar como álcoois


Aminoácidos hidroxilados
Aminoácidos
Grupo R
Serina
Treonina
                 CH2OH
                 

Aminoácidos com enxofre

A cisteina é um analogo com enxofre da serina
A cisteina pode unir-se por uma ligação S-S a outra cistina para dar a cistina
A cistina não é um aminoacido mas sim um dipeptido

Aminoácidos com enxofre

Aminoácido

               Grupo R

Cisteina

Metionina

             SH-CH2

              CH3-S-CH2-CH2
  
A cisteina pode unir-se a outra molécula de cisteina por uma ligação S-S formando a cistina

Aminoácidos dicarboxílicos

O grupo R tem um carboxilo suplementar, o que lhes dá natureza ácida

Aminoácidos dicarboxilicos

Aminoácido

                 Grupo R

Ácido aspártico

Ácido Glutamico

               COOH-CH2

               COOH-CH2-CH2


O COOH do grupo R pode formar uma amida com uma amina, originando a  asparagina ou a glutamina

 Aminoácidos diaminados
O grupo R tem uma amina, o que lhes dá características básicas

Aminoácidos aromaticos

A prolina tem um núcleo pirrol, sendo a  hidroxiprolina o seu derivado hidroxilado.
A histidina tem um núcleo imidazólico
A fenilalanina e o seu derivado hidroxilado, a tirosina têm um núcleo benzénico 
ANIMAÇÃO

Derivados dos aminoacido
Aminoácidos acetilados
No cérebro e neurohipófise existem aminoácidos acetilados cujo papel parece ser o de acetilar a colina para formar acetilcolina.
 O mais importante é o ácido acetilaspártico

 Aminas
Espermina


Betainas

A  amina primária é transformada numa quaternária.

Com esta transformação aumenta a basicidade do grupo azotado e a dissociação do  radical ácido, havendo a condensação do carboxilo com o oxidrilo básico para formar um sal interno, a betaina.











As betainas mais conhecidas são as betainas da glicocola e da histidina, sendo a última conhecida como ergotioneina.



Modificações póst -  traducionais

Alguns aminoácidos não são codificados pelo DNA e são frutos da alteração de um outro aminoácido após a sua síntese.

É por exemplo o caso da hidroxiprolina, resultante da hidroxilação da prolina



Aminoácidos não proteicos



Definição
Aminoacidos que existem nas celulas e tecidos nas que não se encontram nas proteinas
b-alanina
É um precursor do ácido pantoténico.
É um constituinte dos peptidos  carnosina e anserina.

Fosfoserina

É a serina fosforilada.
Encontra-se na caseina do leite
Faz parte da estrutura de muitos enzimas

Aminoácidos do colagéne

Além da hidroxiprolina e lisina, encontram-se a  5-hidroxilisina, desmosina   e isodesmosina.

Ornitina e citrulin

São intermediários  da síntese da ureia 

Aminoácidos com enxofre

No decorrer do metabolismo da metionina podem-se formar homocisteina, cistationina e taurina

                  
CAPITULO 4
PEPTIDOS

Nomenclatura

Definição
Os peptidos designam-se enumerando os aminoácidos que os compõem de modo a que o aminoácido que tem a amina livre fique à esquerda e o que tem o carboxilo livre à direita.

Péptidos mais importantes
Os peptidos mais importantes  estão indicados no quadro seguinte

Péptidos mais importantes

Peptido
Nº de aminoácidos
Função

Glutatião

3

Mantém a cisteina e o ferro no estado reduzido

Angiotensina

8

Regula a pressão sanguínea   

Vasopressina

9

Regula a pressão sanguínea

Oxitocina

9

Induz contracções uterinas

Gastrina

17

Estimula a secreção de ácido clorídrico e  pepsinogénio pelo estômago



Glutatião
È a glutamil-cisteil-glicina

Quando se desidrogena liga-se a uma outra molecula por uma ponte S-S

Esta reacção é reversivel, pelo que o glutatião faz  parte sistemas redox






  

Carnosina e anserina

A carnosina é a b-alanilhistidina

A anserina é a carnosina metilada no NH3










Vasopressina e ocitocina

São hormonas do lobo posterior da hipófise

A sua estrutura é muito semelhante

A sua estrutura varia pouco de especie para especie, pelo se pensa ter origem numa molecula ancestral

ACTH

Tem 39 aminoacidos

A  menor unidade com actividade biologica corresponde aos 13 primeiros aminoacidos

A elongação aumenta a actividade, atingindo-se o maximo com os primeiros 20 aminoacidos

MSH

Tem uma estrutura muito semelhante à ACTH

Insulina

É constituida por duas cadeias ligadas entre si por uma ponte S-S

É sintetizada no pancreas como uma cadeia inactiva, a pró-insulina que após eliminação de um fragmento peptidico, origina a insulina



Glucagina



É um peptido com 21 aminoacidos



Angiotensinas

São um grupo de nonapeptidos com propriedades hipertensivas

Derivam duma proteina inactiva, o angiotensinogenio  




Capitulo 5


Estrutura das proteínas




Características gerais




De um modo geral as proteínas não contêm todos os aminoácidos existentes.

Os aminoácidos estão distribuídos em frequências diferentes, uns com maior frequência e outros com menor.

As proteínas  insolúveis na água, como a queratina, o colagéneo e a elastina, têm uma grande percentagem de aminoácidos  hidrófobos ou não polares(alanina, valina, leucina,  prolina). A elastina tem 93% destes aminoácidos.

Nalgumas proteínas predominam os aminoácidos diaminados, tendo características básicas e noutras os dicarboxílicos, tendo características ácidas.

                                                     

Proteínas na alimentação


Alguns aminoácidos não são sintetizados pelo organismo, devendo ser fornecidos pela alimentação – são os aminoácidos essenciais. Nem todas as proteínas têm na sua composição todos os aminoácidos essenciais, podendo dividir-se em proteínas completas e proteínas incompletas.

De um modo geral as proteínas animais são completas e as vegetais incompletas. Assim os cereais são pobres em lisina e triptofana, os legumes em metionina - quer dizer uma alimentação vegetariana pode ser facilmente deficiente em aminoácidos essenciais. Todavia tal inconveniente pode ser evitado pela associação de alimentos. Estas associações pertencem a algumas culturas: milho e feijão (México), arroz e soja (Japão), feijão frade e arroz (Nova Orleans).


Ligação peptido


É a ligação fundamental das proteínas. Trata-se da ligação, com perda de água, de um carboxilo de um aminoácido com  a amina de outro . Trata-se da formação de uma amida que, no caso particular das proteínas, é designada por ligação péptido










A formação de ligações peptido necessita de energia, fornecida pela hidrólise do ATP.

A ligação é  planar -  os carbonos a adjacentes e o a NH3 estão no mesmo plano 


Glucagina



É um peptido com 21 aminoacidos



Angiotensinas



São um grupo de nonapeptidos com propriedades hipertensivas

Derivam duma proteina inactiva, o angiotensinogenio  





Capitulo 5


Estrutura das proteínas


Revisões de conjunto










Características gerais




De um modo geral as proteínas não contêm todos os aminoácidos existentes.

Os aminoácidos estão distribuídos em frequências diferentes, uns com maior frequência e outros com menor.

As proteínas  insolúveis na água, como a queratina, o colagéneo e a elastina, têm uma grande percentagem de aminoácidos  hidrófobos ou não polares(alanina, valina, leucina,  prolina). A elastina tem 93% destes aminoácidos.

Nalgumas proteínas predominam os aminoácidos diaminados, tendo características básicas e noutras os dicarboxílicos, tendo características ácidas.

                                                     

Proteínas na alimentação


Alguns aminoácidos não são sintetizados pelo organismo, devendo ser fornecidos pela alimentação – são os aminoácidos essenciais. Nem todas as proteínas têm na sua composição todos os aminoácidos essenciais, podendo dividir-se em proteínas completas e proteínas incompletas.

De um modo geral as proteínas animais são completas e as vegetais incompletas. Assim os cereais são pobres em lisina e triptofana, os legumes em metionina - quer dizer uma alimentação vegetariana pode ser facilmente deficiente em aminoácidos essenciais. Todavia tal inconveniente pode ser evitado pela associação de alimentos. Estas associações pertencem a algumas culturas: milho e feijão (México), arroz e soja (Japão), feijão frade e arroz (Nova Orleans).


Ligação peptido


É a ligação fundamental das proteínas. Trata-se da ligação, com perda de água, de um carboxilo de um aminoácido com  a amina de outro . Trata-se da formação de uma amida que, no caso particular das proteínas, é designada por ligação péptido










A formação de ligações peptido necessita de energia, fornecida pela hidrólise do ATP.

A ligação é  planar -  os carbonos a adjacentes e o a NH3 estão no mesmo plano 


Glucagina



É um peptido com 21 aminoacidos



Angiotensinas



São um grupo de nonapeptidos com propriedades hipertensivas

Derivam duma proteina inactiva, o angiotensinogenio  





Capitulo 5


Estrutura das proteínas


Revisões de conjunto










Características gerais




De um modo geral as proteínas não contêm todos os aminoácidos existentes.

Os aminoácidos estão distribuídos em frequências diferentes, uns com maior frequência e outros com menor.

As proteínas  insolúveis na água, como a queratina, o colagéneo e a elastina, têm uma grande percentagem de aminoácidos  hidrófobos ou não polares(alanina, valina, leucina,  prolina). A elastina tem 93% destes aminoácidos.

Nalgumas proteínas predominam os aminoácidos diaminados, tendo características básicas e noutras os dicarboxílicos, tendo características ácidas.

                                                     

Proteínas na alimentação


Alguns aminoácidos não são sintetizados pelo organismo, devendo ser fornecidos pela alimentação – são os aminoácidos essenciais. Nem todas as proteínas têm na sua composição todos os aminoácidos essenciais, podendo dividir-se em proteínas completas e proteínas incompletas.

De um modo geral as proteínas animais são completas e as vegetais incompletas. Assim os cereais são pobres em lisina e triptofana, os legumes em metionina - quer dizer uma alimentação vegetariana pode ser facilmente deficiente em aminoácidos essenciais. Todavia tal inconveniente pode ser evitado pela associação de alimentos. Estas associações pertencem a algumas culturas: milho e feijão (México), arroz e soja (Japão), feijão frade e arroz (Nova Orleans).


Ligação peptido


É a ligação fundamental das proteínas. Trata-se da ligação, com perda de água, de um carboxilo de um aminoácido com  a amina de outro . Trata-se da formação de uma amida que, no caso particular das proteínas, é designada por ligação péptido










A formação de ligações peptido necessita de energia, fornecida pela hidrólise do ATP.

A ligação é  planar -  os carbonos a adjacentes e o a NH3 estão no mesmo plano 





·         Sucessão de aminoácidos – estrutura primária.

·         Arranjo da estrutura primária em duas dimensões  -  estrutura secundária.

·         Disposição da estrutura secundária no espaço – estrutura terciária

·         União de várias subunidades  – estrutura quaternária



Estrutura primaria



A estrutura primária é, como vimos, o primeiro nível de complexidade da estrutura

Outras ligações



Além da ligação peptido podem intervir outras ligações 











As ligações ponte de hidrogénio fazem-se entre aminoácidos para manter a estabilidade da estrutura.

As ligações hidrófobas envolvem os grupos não polares dos aminoácidos.

As ligações electrostaticas  formam-se entre grupos de cargas opostas como os grupos amina ou carboxilo terminais e grupos carregados dos aminoácidos polares.

As  forças de van der Waals são muito fracas e exercem-se a curtas distâncias e podem ser atractivas ou repulsivas. As forças atractivas surgem quando há interacção entre dipolos induzidos por flutuações momentâneas da distribuição electrónica dos átomos vizinhos. As forças repulsivas aparecem quando  dois átomos  estão tão próximos que os seus orbitais se sobrepõem.



Níveis de estrutura das proteinas


Numa proteína podemos considerar os seguintes níveis de complexidade crescente






·         Sucessão de aminoácidos – estrutura primária.

·         Arranjo da estrutura primária em duas dimensões  -  estrutura secundária.

·         Disposição da estrutura secundária no espaço – estrutura terciária

·         União de várias subunidades  – estrutura quaternária



Estrutura primaria



A estrutura primária é, como vimos, o primeiro nível de complexidade da estrutura proteica e é responsável por algumas características biológicas das proteínas.

É caracterizada  pela sequencia dos aminoácidos constituintes








Estrutura primária e actividade biológica

A sequência dos aminoácidos na molécula está relacionada com a sua actividade biológica. Vejamos o caso da ACTH. Esta hormona contém 39 aminoácidos. A menor fracção que tem actividade biológica é o petido contendo os 13 primeiros aminoácidos. A elongação da cadeia aumenta a actividade até aos 20 primeiros aminoácidos, não aumentando a partir daí. A actividade biológica reside nos aminoácidos 1 a 13, sendo necessários os 14 a 20 para aumentar a receptividade para os receptores celulares  
Importância das alterações na estrutura primária

A sequência das proteínas é controlada geneticamente e, por isso, a composição proteica das várias proteínas sintetizadas pelo organismo é sempre a mesma. Por vezes surgem mutações levando à síntese de proteínas ligeiramente alteradas por vezes diferindo apenas num aminoácido. Estas diferenças, embora aparentemente mínimas, são suficientes para alterar grandemente as funções da proteína. Um exemplo clássico são as alterações genéticas da estrura do hemoglobina, as hemoglobinoses. Na anemia falciforme ou drepanocitose, devida à existência de hemoglobina S, há apenas a substituição no aminoácido 6 do ácido glutamico por valina

Estrutura primária e evolução

Estudando as sequências primárias de proteínas de várias espécies animais concluiu-se que com a evolução, a estrutura primária foi-se modificando 

Nalgns casos foi possível avaliar o tempo de divergência de uma proteínas a partir de um derivado ancestral comum .


Estruturas semelhantes


Alguns compostos tem estruturas primarias semelhantes. Por exemplo a vasopressina difere da ocitocina apenas em dois aminoácidos. Na fig 5.6 indicamos a formula da ocitocina pondo entre parêntesis os aminoácidos diferentes na vasopressina

A  ACTH E MSH têm estruturas muito semelhantes 


Estrutura secundaria


Há três tipos de estrutura secundária: hélice, folha pregueada, distribuição ao acaso.


Hélice

Os nossos conhecimentos sobre a estrutura em hélice nasceram com os trabalhos de PAULING e COREY que levaram às seguintes conclusões:
A hélice faz uma volta completa cada 3,6–3,7 aminoácidos no caso da hélice a que é o modelo mais frequente





  • A estabilidade da hélice é assegurada por ligações ponte de hidrogénio entre cada três aminoácidos




cortesia de James Hardy





http://scidiv.bcc.ctc.edu/rkr/Biology211/lectures/pdfs/BiologicalMolecules201.pd A distância entre cada aminoácido é de 1,47-1,53 Ao.·        
  • Os grupos são de 1,47-1,53 Ao.


  • ·         Os grupos aparecem alternadamente de um lado e outro da molécula

  • O carbonilo e o azoto da amida estão no mesmo plano

·         O passo da hélice (distância vertical ao longo do eixo de um ponto da hélice ao seu ponto correspondente) é de 5,4 Ao.  O passo da hélice calcula-se multiplicando o número de resíduos por volta da hélice pela distância entre dois carbonos a adjacentes.

A hélice poderá assim ser imaginada como uma cadeia polipeptidica enrolada numa vareta de modo a que na hélice a uma volta completa corresponda a 3,6-3,7 aminoácidos, a distância entre cada aminoácido seja de 5,4 Ao e o seu passo de 5,4. Pode haver hélices a dirigidas para a esquerda e para a direita



Folha pregueada

Para explicar os dados obtidos com a difracção dos raios X para a b-queratina, PAULING e COREY propuseram a estrutura em folha pregueada ou conformação b. Neste modelo, as ligações peptidos têm um arranjo alternadamente direita-esquerda, alternando os grupos R acima e abaixo do plano





cortesia de James Hardy





http://scidiv.bcc.ctc.edu/rkr/Biology211/lectures/pdfs/BiologicalMolecules201.pdf



Se as duas cadeias correm na mesma direcção fala-se numa estrutura paralela

No caso contrário, diz-se anti-paralela.

Distribuição ao acaso

Não há relações entre planos nem pontes de hidrogénio. A colocação dos aminoácidos não segue um padrão definido, pelo que se chama distribuição ao acaso.

Tipo misto

A maior parte das proteínas tem uma estrutura mista – regiões helicoidais alternando com regiões não helicoidais.

A percentagem de estruturas helicoidais varia de proteína para proteína. Na mioglobina é de 77% e na quimotrip

Estrutura do colagéneo

O colagéneo tem uma estrutura secundária particular. É muito rico em glicina, prolina e hidroxiprolina, sendo frequenta a sequência glicina-prolina-hidroxiprolina-glicina. As cadeias formam uma hélice tripla, sendo as ligações ponte de hidrogénio feitas pela glicina.



Estrutura terciaria


O pregueamento e curvatura das hélices permite o seu arranjo no espaço, originando a estrutura terciária






1

1



Para a estabilização desta estrutura é são necessários a proteína dissulfito isomerase permitindo a formação de ligações S-S entre resíduos de cisteína e  chaperones inibindo o pregueamento não adequado e interagindo com outros petidos.




Estrutura quaternária


Muitas vezes as proteínas estão constituídas pela reunião de várias unidades com estrutura terciária, iguais ou diferentes, realizando uma estrutura quaternária




terciária, iguais ou diferentes, realizando uma estrutura quaternária








As subunidades designam-se como protómeros.




Desnaturação



Definição


O estado nativo de uma proteína pode ser definido como a estrutura altamente ordenada que tem actividade biológica. A desnaturação representa a perda da conformação e a perda de uma estrutura altamente ordenada. Na maior parte dos casos a desnaturação é irreversível.



Agentes desnaturantes


Como as ligações covalentes são mais fortes, não são destruídas pelos desnaturantes.

O calor cinde as ligações ponte de hidrogénio  e iónicas por aumento da energia cinética.





cortesia de James Hardy




As radiações ultravioletas têm uma acção semelhante à do calor.

Os ácidos, bases e sais de metais pesados actuam sobre as ligações iónica e ponte de hidrogénio.

Os solventes orgânicos impedem a formação de ligações hidrofobas.

A ureia e guanidina formam ligações ponte de hidrogénio como as proteínas, desorganizando a sua estrutura .

A desnaturação pode ser reversível





Capitulo 6

Classificação das proteinas

Classificação segundo a estrutura


Dividem-se em fibrosas e globulares

Proteínas  fibrosas

São insolúveis em meio aquoso.
São amorfas, não cristalizando.
Algumas são capazes de se estirar e de se contrair.

Proteínas globulares

São solúveis em meio aquoso e podem cristalizar. Embora não necessariamente esféricas são menos assimétricas que as fibrosas.

Classificação segundo a composição


Dividem-se em proteínas simples e proteicas conjugadas ou heteroproteínas, conforme não têm ou têm um grupo prostético.
As proteinas simples dividem-se conforme a sua solubilidade em albuminas, globulinas, protaminas e histonas. No quadro 43.I indicamos a classificação das heteroproteinas

Heteroproteínas


Heteroproteina
Grupo prostético
Glico e mucoproteinas
Hemeproteinas
Lipoproteinas
Metaloproteinas
Nucleoproteinas
Glúcidos
Heme
Lípidos
Iões metálicos
Ácidos nucleicos





CAPITULO 7
  Proteínas simples

Albuminas

São proteínas simples, solúveis na água que podem precipitar em soluções salinas concentradas como o sulfato de amónio a 70%. Esta diminuição da solubilidade em soluções salinas concentradas, conhecida por salting out, deve-se à competição para a combinação com a água entre os sais e a albumina.
A albumina é  a  proteína mais importante do plasma. É sintetizada no fígado. Tem um peso molecular de 79000 contendo 610 aminoácidos organizados numa única cadeia peptídica.
Tem um papel fundamental na regulação osmótica do sangue como criadora de pressão oncótica  e constitui uma reserva de proteínas. Também é uma proteína transportadora de algumas moléculas e  iões.
No leite existe a lactalbumina e nos ovos a ovalbumina.

Globulinas


São insolúveis na água, sendo solúveis em soluções fortemente concentradas de ácidos e bases. É solúvel no sulfato de amónio a 50%.
Dividem-se por electroforese em alfa1, alfa2, beta e gama. Algumas são transportadoras de iões. As imunoglobulinas encontram-se nas globulinas gama.

Histonas

São solúveis na água e em ácidos muito diluídos e insolúveis na amónia diluída. São ricas nos aminoácidos básicos lisina e argina, podendo-se  distinguir três tipos

Histona
Lisina
Arginina
F1
F2
F3
+
+
-
-
+
+


O seu peso molecular está compreendido entre 10000 e 20000. Encontram-se nos núcleos celulares. Têm um papel regulador da actividade dos genes.

Protaminas


São proteínas básicas solúveis na água e na amónia. Têm um peso molecular de cerca de 5000.



CAPITULO 8

QUERATINAS

Definição
São  os componentes  estruturais do cabelo, cornos, unhas, penas, pele e lã.
 A sua estrutura é altamente hierarquizada.
São proteínas insolúveis, com uma forma alongada em que uma dimensão é muito maior que a outra.
Uma das suas características estruturais é a repetição de um padrão conformacional através de toda a estrutura – cadeias alongadas agregadas em fibras ou bainhas mantidas por ligações secundarias fortes
Trata-se de cadeias alongadas  que se agregam em  fibras ou  bainhas mantidas por fortes ligações secundárias.

Superhélice
As cadeias peptidicas têm em quase toda a sua extensão uma configuração em hélice alfa interrompida de quando em quando por curtas cadeias com distribuição ao acaso.
Duas hélices dirigidas para a direita enrolam-se uma sobre a outra para formar uma dupla hélice chamada super-enrolamento ou superhélice 
Fibrilhas                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           
Duas superhélices  enrolam-se em conjunto para formar uma protofibrilha, que se enrolam entre si para formar microfibrilhas e depois macrofibrilhas(fig. 45.1) .


Hélice a
                 ¯ enrolamento
Hélice dupla
                               ¯ enrolamento de duas
Protofibrilhas
                                 ¯ enrolamento de várias
Microfibrilhas
                                ¯ enrolamento de várias
Macrofibrilhas



Ligações cruzadas
Esta organização é mantida por ligações cruzadas constituídas por ligações S-S entre resíduos de cisteina
 As queratinas são moles ou duras conforme o número de ligações cruzadas


Capitulo 9

COLAGENIO E ELASTINA

Colagenio

Composição
Constituinte do tecido conjuntivo, é muito frequente no homem e nos animais (20 a 25% das proteínas  totais).
Encontra-se como fibras conjuntivas nos tendões, pele e cartilagens e  fibrilhas mais finas, as fibras de reticulina existentes nas membranas e nas paredes vasculares
Os seus principais aminoácidos são a glicina, prolina, alanina e hidroxiprolina e em menor quantidade lisina e hidroxilisina.
Tem pouca cisteina.
Tipos
Descreveram-se cinco tipos de cadeias peptidicas:
·         a1(I)
·         a1(II)
·         a1(III)
·         a1(IV)
·         a2

Estas cadeias podem-se associar formando vários tipos de colagénio dos quais os mais importantes são os tipos I a IV



O tipo I é o prIncipal componente dos tendões, ligamentos e ossos
O tipo II é a principal proteína da cartilagem
O tipo III reforça as paredes das estruturas  escavadas, como artérias, intestinos e útero
O tipo IV forma a membrana basal dos epitelios


Estrutura



Estrutura primaria


A unidade básica do colagenio  é um polipeptido constituído pela unidade repetitiva:


                                          (Gli-X-Y)n


  em que X é quase sempre a prolina e Y a hidroxiprolina



Estruturas secundaria e terciária


Tem uma estrutura em hélice em que três hélices se enrolam para formar o tropocolagénio




A estrutura do colagenio inspirou artistas

A estrutura do colagenio inspirou artistas








Escultura de Julian Voss-Andreae


O enrolamento de três tropocolagénios forma a fibrilha colagénia  a que se seguirá num grau mais complexo de estrutura, a  fibra.

Após a sintese, os carbonos terminais têm dominios globulares que mantêm a molecula soluvel

Quando a molecula é segregada, os carbonos terminais são eliminados, tornando-se a molecula soluvel



Modificações pós-traducionais

¨      Glicosilação

¨      Hidroxilação da prolina e lisina

¨      Formação da helice tripla

¨      Eliminação das extremidades  globulares

Ligações

A estabilidade da estrutura é garantida por ligações cruzadas não à custa da cisteina que escasseia no colagénio,  mas essencialmente através de ligações covalentes feitas por aldeidos da lisina e hidroxilisina, a alisina e hidroxialisina .
As alisinas reagem sob a forma de aldol
As ligações intramoleculares são de tipo aldol, quase sempre entre duas alisinas.
As ligações intermoleculares fazem-se entre alisina e hidroxialisina ou entre o aldeido da alisina e a amina da hidroxilisina.

Elastina

A elastina  tem propriedades análogas às da borracha, podendo ser esticada várias vezes o seu tamanho e depois voltar à sua dimensão inicial.
Encontra-se no tecido elástico dos pulmões e dos grandes vasos e nos ligamentos elásticos.
A elastina contém particularmente aminoácidos pequenos e não polares nomeadamente glicina, alanina, valina e prolina.
Contém pouca hidroxiprolina, não contém hidroxilina e tem poucos resíduos polares.
As suas  ligações cruzadas são formadas pelo aldol da alisina e de derivados da alisina, lisinonorleucina, desmosina e isodesmosina
A lisinonorleucina resulta da condensação da cadeia lateral da lisina com a alisina.
A desmosina e isodesmosina encontram-se apenas na elastina e são responsáveis pela sua cor amarela. Resultam da condensação de três alisinas e de uma cadeia lateral da lisina.
A   estrutura primária da elastina tem segmentos hidrófobos, responsáveis pela sua elasticidade, alternando com segmentos ricos em lisina, responsáveis pelas ligações cruzadas.

As suas  ligações cruzadas são formadas pelo aldol da alisina e de derivados da alisina, lisinonorleucina, desmosina e isodesmosina
A lisinonorleucina resulta da condensação da cadeia lateral da lisina com a alisina.
A desmosina e isodesmosina encontram-se apenas na elastina e são responsáveis pela sua cor amarela. Resultam da condensação de três alisinas e de uma cadeia lateral da lisina.
A   estrutura primária da elastina tem segmentos hidrófobos, responsáveis pela sua elasticidade, alternando com segmentos ricos em lisina, responsáveis pelas ligações cruzadas.

Capitulo 10
PATOLOGIA DA QUERATINA E DO COLAGENIO

Queratina
Na  epidermólise bulhosa simplex (EBS)  e na  hiperqueratose epidermolitica (EHK) há feridas da pele provocadas por causas mecânicas que em pessoas normais não provocariam qualquer dano.
Estas doenças são hereditárias e devem-se a alterações da estrutura primária da queratina que irão  interferir com a formação normal dos filamentos.
Permanente do cabelo
O aspecto do cabelo – forte, quebradiço, encaracolado deve-se a diferentes sequências primárias da a-queratina, determinadas geneticamente.
É possível  todavia alterar este aspecto físico pelo aquecimento, que destrói as ligações S-S e em seguida refazer asligações S-S com um agente oxidante.
Este arranjo nunca é permanente  pois com o crescimento de novos cabelos volta-se à forma inicial, sendo necessário repetir esta operação.

Escorbuto
O escorbuto é uma doença por falta de vitamina C que  existe  abundantemente na laranja e noutros frutos citrinos.
Os seus sintomas foram descritos no Lusíadas por ter sido uma doença que atingiu grande parte dos navegantes, evidentemente por falta de frutos frescos.
A vitamina C é necessária para a hidroxilação da lisina e prolina, condição necessária para manter a estabilidade do colagénio.
Significado da prolina e hidroxiprolina na urina
Como o tecido conjuntivo é o único tecido rico em hidroxilisina e hidroxiprolina, a eliminação destes aminoácidos pela urina é o sinal duma doença deste tecido.
Erros do metabolismo do conjuntivo
Sindroma de Ehlers-Danlos
Este nome está pelo menos associado a dez doenças diferentes devidas a defeitos da estrutura do conjuntivo
.
Este nome está pelo menos associado a dez doenças diferentes devidas a defeitos da estrutura do conjuntivo.

Os mais importantes são:


Tipo IV


  • Diminuição do colagenio tipo III
  • Risco de ruptura das grandes artérias do intestino
  • Pele frágil



Tipo V


  • Poucas ligações cruzadas
  • Hiperextensibilidade da pele e articulações




Tipo VI


  • Hidroxilisina diminuída
  • Má cicatrização das feridas
  • Deformações musculo-esqueleticas
  • Hiperextensibilidade da pele e articulações



Tipo VII


  • Propeptido N-terminal não removido
  • Pele frágil
  • Deslocações da anca
  • Hiperextensibilidade



Osteogenese imperfeita

A designação engloba mais de uma doença

Há pelo menos quatro doenças clínica e bioquimicamente distintas

Caracterizam-se por fracturas múltiplas e deformidades ósseas

O colagenio tipo I está diminuído


Sindroma de Goodpasture


Há auto-anticorpos contra o tipo IV

Atinge os glomerulos






CAPITULO 11


CROMOPROTEIDOS


São heteroproteidos em que o grupo prostético é corado.

Este grupo prostético pode ser de três naturezas:

·        Não tem qualquer elemento metálico. É o caso da ficocianina.

·        Tem um elemento metálico isolado. É o caso da hemocianina e da hemoeritrina.

·        Tem um elemento metálico englobado numa estrutura complexa. É o caso da hemoglobina.

Os grupos prostéticos com um elemento metálico dividem-se em não tetrapirrólicos e pirrólicos conforme não têm ou têm um grupo pirrólico.

Os não tetrapirrólicos não têm significado nos seres vivos superiores. Existem nas hemocianinase e nas hemoeritrinas.



Pirrol



Os tetrapirrólicos caracterizam-se por terem quatro núcleos derivados do pirrol

O pirrol é um heterociclo 









Na figura. seguinte indicamos a numeração do pirrol







Os pigmentos tetrapirrolicos dividem-se em porfiricos e não porfiricos



Pigmentos não porfiricos


Nos não porfiricos há pelo menos dois pirrois não  ligados entre si.

O membro mais importante deste grupo é a bilirubina.

Classificação dos porfiricos

Ferro bivalente

              Hemoglobina

               Mioglobina


Ferro trivalente
          

    Catalases

   Peroxidases


Metahemoglobina


Ferro de valencia variavel

Citocromos


 



Porfirinas



As porfirinas são tetrapirrois.

O seu representante mais simples é a porfina  em que os quatro pirrois estão ligados por ligações metenilo

ligados por ligações metenilo







.

A porfina foi sintetizada por FISCHER mas não existe na natureza.


Etioporfirina


A porfirina mais simples obtida por degradação de produtos naturais é a etioporfirina em que nos núcleos pirrólicos só se encontram etilos e metilos.

 Existem quatro isómeros


Isómeros da etioporfirina

Etiporfirina
Grupos metilo em
Grupos etilo em
I
II
III
IV
1, 3, 5, 7
1, 4, 5, 8
1, 3, 5, 8
1, 4, 6, 7
2, 4, 6, 8
2, 3, 6, 7
2, 4, 6, 7
2, 3, 5, 8



No organismo só se encontram os isómeros I e III. Admite-se que não são  interconvertíveis - cada um deles segue um caminho metabólico próprio.

Uroporfirina

As porfirinas mais simples existentes no organismo são as uroporfirinas   que contêm quatro grupos acetilo e quatro propionilo.

Há quatro isómeros mas só se encontram o I e o III, existindo o I em quantidades mínimas


Hemes e hematinas


As porfirinas têm a capacidade de se unirem a metais pelos seus azotos  pirrólicos.

As porfirinas com ferro designam-se por hemes se o ferro é bivalente e hematinas  se é trivalente.

Os hemes e hematinas designam-se antecedendo  fazendo anteceder a designação da porfirina donde provêm. No caso da hemoglobina trata-se do  protoheme   

Mioglobina


A mioglobina é um pigmento respiratório muscular que fixa o oxigénio transportado pela hemoglobina e constitui uma reserva do oxigénio do musculo.

Não tem estrutura quaternária porque não tem subunidades.

Os resíduos polares estão no interior da molécula e os não polares no exterior.

 No interior encontram-se dois resíduos polares de histidina envolvidos nas interacções com o heme  e nas ligações com o oxigénio.

O heme está colocado numa bolsa hidrófoba no interior da molécula.

Hemoglobina


Estrutura

É um tetramero de quatro subunidades, com estrutura semelhante à da mioglobina.

A proteina é a globina.

Tem quatro subunidades  idênticas duas a duas  – cadeias alfa e beta.

Em cada uma delas existe uma bolsa para receber o heme







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Ligações do ferro
Como das seis valências do ferro, quatro são utilizadas para se ligarem aos pirrois (uma para cada pirrol),  sobram duas valências.
Em  cada cadeia uma das valências liga-se à histidina  proximal.
 A outra liga-se à histidina  distal através de uma molécula de água.
Quando a hemoglobina é oxigenada, a molécula de água é substituída pelo oxigénio, deixando de se ligar à histidina distal.
Quando a hemoglobina é oxigenada, a molecula de agua é substituida pelo oxigénio
cortesia de R.Frey

Capitulo 12
PATOLOGIA DA HEMOGLOBINA
Diversidade estrutural
No decorrer da vida humana formam-se diferentes formas de hemoglobina.
 Na vida adulta a forma quase exclusiva é a hemoglobina a2b2.
Todavia desde a concepção até aos primeiros tipos de vida aparecem e desaparecem várias formas de hemoglobina.
A hemoglobina fetal contém duas cadeias a e duas cadeias que irão desaparecer, as cadeias d – é portanto a2d2.
 No embrião encontram-se as cadeias e e z.
No adulto  2% da hemoglobiina é constituída pela hemoglobina A2 de constituição a2d2.(hemoglobina A2)

Hemoglobina glicosilada
A hemoglobina  reage espontaneamente com a glicose para formar a hemoglobina glicosilada ou hemoglobina A1.
Normalmente a concentração desta hemoglobina é muito baixa mas na diabetes pode atingir 12% da hemoglobina total ou mais.
Como o tempo médio  de vida dos glóbulos vermelhos é de 120 dias, a hemoglobina glicosilada é um bom índice dos teores em glicose dos últimos dois meses.
Hemoglobinas anormais
Desde que em 1949 PAULING e ITANO descreveram que a drepanocitose era devida à existência de uma hemoglobina anormal , a hemoglobina S, nasceu pela primeira vez a noção que a doença poderia ser devida à alteração da molecula
Abriu-se assim um novo dominio de estudo, a patologia molecular
A partir daí descreveram-se inúmeras hemoglobinas anormais.
Conforme a natureza da anormalidade podemos classificà-las em:
  • Alterações da estrutura primária
  • Diferente combinação das cadeias
  • Diferente repartição das variedades de hemoglobina
Hemoglobinas modificadas quimicamente
Metahemoglobina
É uma forma de hemoglobina em que o ferro se encontra sempre no estado trivalente e portanto não transporta oxigénio
Em situações normais é transformada de novo em hemoglobina pela acção da metahemoglobina-redutase
Como consequência duma mutação (hemoglobina M) ou devido à presença exagerada de oxidantes no sangue forma-se hemoglobina em excesso que não é convertida em hemoglobina – metahemoglobinemia
Sulfahemoglobina
A exposição a alguns medicamentos ou a sulfitos solúveis produz sulfahemoglobina
A sulfahemoglobina é verde
Consequências
Estas hemoglobinas contendo hemes modificados acarretam um transporte  muito menor do oxigenio






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